sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Acerca do poema "Quando a luz escorrega sob os pés descalços"


“(...) E da Lua os longos cabelos prateados
Escorrendo sobre o seu corpo de mulher
Reflectiram os rostos das crianças
Que procuravam de onde vem o medo”
16/10/2013
                  Fernando Henrique de Passos


     “De onde vem o medo?”, pergunta pertinente de Fernando Henrique de Passos. “Reflectiram os rostos das crianças”, a perguntar, cada vez mais e com mais força, a perguntar! Pergunta pertinente, na voz do Poeta. Pergunta a reflectir o drama do sentimento do medo com que se confrontam tantas crianças, vítimas da crueldade, da perfídia, ou da insensatez dos adultos. Adultos que não aprenderam a cuidar delas, adultos sem escrúpulos, indiferentes à sua fragilidade e pureza.

 18/10/2013

                                                             Teresa Ferrer Passos

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quando a luz escorrega sob os pés descalços


Rajadas de vento gelado no cimo da montanha
Esculpiram fantasmas nos rochedos
Cujos gritos despertaram a Lua adormecida
E da Lua os longos cabelos prateados
Escorrendo sobre o seu corpo de mulher
Reflectiram os rostos das crianças
Que procuravam de onde vinha o medo


16/10/2013

(Poema inédito)

                      Fernando Henrique de Passos

Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, como passageira da TAP, alvo de escarnecimento no Facebook:


Uma imagem representativa de uma entidade que respeitamos, amamos, veneramos, não deve ser tratada como um objecto material, sem valor simbólico. Não fazia sentido colocar Maria, Mãe de Jesus Cristo, no porão do avião, como pareceu defender-se no Facebook.

O escárnio que se desenvolveu neste prestigiado meio de comunicação internético - devido a ser considerada uma honra a colocação da imagem de Maria num lugar ocupado por qualquer viajante - denota a grande falta de sensibilidade humana pelos sentimentos dos outros. As pessoas vivem centradas sobre si mesmas, ignoram ou escamoteiam os sentimentos alheios, ofendem os que têm fé só porque eles não têm fé.

Toda a imagem (escultura, pintura, retrato, etc) que representa uma ideia, um sentimento, uma comunhão, deve ser respeitada como algo de sagrado. É que possui uma dimensão maior do que o simples objecto. Por maioria de razão, Nossa Senhora de Fátima até nada de especial recebeu, ao ter sido colocada no lugar de um desconhecido passageiro da TAP...


 16/10/2013

                                                              Teresa Ferrer Passos

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Consagração do mundo a Nossa Senhora de Fátima



«(...) Cuida da nossa vida entre os teus braços; abençoa-nos e reforça todo o desejo de bem; reaviva e alimenta a fé; sustém-nos e ilumina a esperança; suscita e anima a caridade; guia-nos a todos no caminho da santidade. 

Ensina-nos o teu próprio amor de predilecção pelos pequenos e pobres, pelos excluídos e pelos que sofrem, pelos pecadores e os que têm o coração dilacerado: reúne-os a todos sob a tua protecção, e entrega-os ao teu dilecto filho, o Senhor Nosso Jesus. (...)»

13 de Outubro de 2013
                                                         Papa Francisco



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

«Como se Deus tomasse carne em nós»



«(...) Maria primeiro concebeu Jesus na fé e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem, ignorando a nossa liberdade, quis passar através do livre consentimento de Maria, do seu "sim".

Entretanto aquilo que aconteceu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.(...)»

Papa Francisco (Catequese Mariana
na Praça de S. Pedro em 12/10/2013) 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Camilo e as notícias dos jornais...

Pintura de autor desconhecido
«diariamente Camilo quer que ela lhe leia as notícias  dos jornais e gazetas que chegam do Porto, de Lisboa e de tantos outros lugares. Ouve-as, como se esperasse delas assunto para uma outra novela.(...) Com dolência, Ana lê, vai lendo sempre até Camilo dizer irado. Chega! Estou farto! as mesmas fanfarronices dos políticos, os mesmos casos de faca e alguidar! com o seu nervosismo atávico desconfia sempre que Ana lhe esconde precisamente a notícia que deseja ansiosamente escutar. Talvez uma descoberta científica, uma intervenção honesta na câmara parlamentar, uma qualquer renovação na Santa Sé...» 

                          Teresa Ferrer Passos, O Segredo de Ana Plácido, 1ª edição, Gazeta de Poesia, 1995, p. 80; 2ª edição (ass. pelo ortónimo Teresa Bernardino), Nova Vega, 2000.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Relíquia de Santa Teresa do Menino Jesus em Lisboa


«A paróquia de Nossa Senhora das Mercês, em Lisboa, vai celebrar, de 1 a 6 de Outubro, a Festa de Santa Teresa do Menino Jesus, onde será possível venerar a primeira relíquia da padroeira das Missões e Doutora da Igreja a vir para Portugal após a beatificação.

"Sendo uma das igrejas de Lisboa com uma referência especial a Santa Teresinha, já que aqui, pela acção do padre Marques Soares, teve grande impulso o culto de Santa Teresinha logo após a sua canonização, continuamos a tradição de a festejar como uma das figuras mais importantes últimos tempos”, refere a paróquia, em comunicado"»
In site do Patriarcado de Lisboa (30/9/2013)

sábado, 28 de setembro de 2013

«Que fizemos nós da alegria?»


«A alegria nasce do acolhimento. Nasce quando aceitamos construir a vida numa cultura de hospitalidade.»
 In Agência Ecclesia, 20/9/2013
                                                     José Tolentino de Mendonça 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

«O luar quando bate na relva»


«O luar quando bate na relva
Não sei que coisa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas...

Se eu já não posso crer que isso é verdade
Para que bate o luar na relva?»

Alberto Caeiro (Fernando Pessoa), Guardador de Rebanhos

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Uma tília do jardim


«de súbito a carruagem! (...) Cá fora Camilo agita as rédeas dos cavalos fogosos numa inquietação que lhe é tão habitual como a sombra da tinta nos seus escritos... ansiedade e determinação na hora do rapto com a experiência da atitude distante... mas eis que descortina Ana passando por trás de uma tília do jardim de acesso à Conceição»

Teresa Ferrer Passos, O Segredo de Ana Plácido,
 1ª edição, Gazeta de Poesia, 1995, p.97; 2ª edição (ass. pelo ortónimo Teresa Bernardino), Nova Vega, 2000.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ecrã mágico


«Fora da esfera do ecrã mágico , a sociedade era imunda. Só a muito poucos era ainda possível dialogar fora das suas fronteiras. O ecrã assumia-se como o veículo em que podiam confiar; era mesmo um verdadeiro espelho, em que cada mensagem ganhava a dimensão décima sétima do sagrado, como se fosse a vida ou a eternidade»
Teresa Ferrer Passos, Planeta Joyce 8,
2007, pág. 90.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Maria na ficção contemporânea


Maria e o Menino (Arte Bizantina)

«Com o dinheiro que tinha poupado, comprei a um dos ourives uma estatueta da deusa, que me animou a alma. E escondia-a. Mas foi importante para mim saber que estava dentro de casa perto de mim, e que podia sussurrar-lhe durante a noite se precisasse»
                                      
                      Colm Tóibín, O Testamento de Maria, 2013, p.20

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Entrevista polémica do Papa

Entrevista do Papa Francisco a uma revista jesuíta (excerto polémico):
«Deus na criação nos fez livres: a ingerência espiritual na vida das pessoas não é possível.»

«Papa acolhe gays, diz que não pode julgá-los e ataca lobbies no Vaticano», escreve-se no jornal O Estado de S. Paulo .



As palavras do Papa Francisco criaram uma situação caótica no espírito dos cristãos. Então, o Papa está a confundir pecado com pecador? Deus aceita o pecado ou aceita o pecador? Pensamos que Deus aceita o pecador como filho amado e tem em vista salvá-lo do pecado. Por isso, parece pouco avisado da parte do Papa Francisco que coloque a questão nestes termos. O facto de Deus nos ter dado liberdade não implica que concorde sempre com o uso que fizermos da liberdade que nos foi dada. Não disse Jesus: "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta que conduz à perdição e muitos são os que seguem por ela" (Mt 7, 13)?
              20/9/2013
Teresa Ferrer Passos

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O rio do meu jardim


O RIO DO MEU JARDIM

(invoco, para a Musa, o 6 de Paus)

«in memoriam» Teixeira de Pascoaes

No rio do Paraíso havia bdélio e ónix
No rio do meu jardim havia bdélio e ónix
Os pássaros sobrevoavam o campanário eclesial
E as flores eram mais doces que o mel
No rio do meu jardim
Onde havia bdélio e ónix
Porque me curavam de todos os meus males
E eu nunca estava doente
E tinha asas que eram transparentes
No rio do meu jardim
Depois então, a minha companheira
Comeu o fruto que estava proibido
O nosso Criador tinha-lhe dito que não, que não o comesse,
Mas ela comeu-o, infelizmente,
E agora - pobre de mim!!!
Tenho de morrer novamente para voltar outra vez
Ao rio do meu jardim

Lisboa, 13/ 07/ 1979


AD MAJOREM DEI GLORIAM

Paulo Jorge Brito e Abreu

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Renovação à vista

«O Papa que tantos consideravam como “retrógrado” fez um gesto “revolucionário”: foi-se embora. E assim “laicizou” o papado, mostrando-o falível e exposto às fraquezas humanas: as da velhice e da saúde, naturalmente, mas também as das manigâncias vaticanas, que nos últimos anos têm andado bastante mafiosas.»
Pedro Mexia, Blogue «Malparado» (1/3/2013)

Sombras luminosas


Camilo (pintura de Roque Gameiro)
«Devagar contemplo o despertar das estrelas na vigília da minha alucinante certeza de conhecer todos os segredos de Ana. As velas que acendo à medida que se vão esgotando sentem como me é indiferente a sua luminosidade apesar de precisar da sombra que projectam para lançar no papel as ondas violáceas da perseverança perante a qual me inclino como um peixe à beira do mar depois da consumação da vida.»

Teresa Ferrer Passos, O Segredo de Ana Plácido,
Edições Gazeta de Poesia, 1995, p. 64

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ana Plácido e a alma de Camilo

Ana Plácido
«Recordo as palavras de Ana escritas no romance Adelina. Num baixo conceito se observa, lúcida e louca, amante e sem amar, alma elevada e a espelhar-se na poeira mais insignificante e redutora. "Foi na noite maldita daquele baile". Anota Camilo em 1857. Esta frase parece a confissão de um arrependimento. A realidade é-lhe atroz. O desespero habita-o. »
         

Teresa Ferrer Passos, O Segredo de Ana Plácido,
Edições Gazeta de Poesia, 1995, p.19

Nota: Foto retirada do Blogue "Combustões".

domingo, 8 de setembro de 2013

Vigília pela paz na Praça de S. Pedro


«Queria pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos, os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão e não acrescentes mais dor, segura a tua mão, reconstroi a harmonia perdida; e isso não com o confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas!»
   
Vaticano, 7 de Setembro de 2013
Papa Francisco

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Florestas a perder de vista, para quê?


«Será que existe neste País alguma política para o Mundo Rural, para a floresta, para o ordenamento do território, para o combate à desertificação do interior, para a fixação das populações, para o reequilíbrio entre o interior rural e o litoral urbano, para o combate às desigualdades e às assimetrias regionais, para a diversificação da base económica do País?»


Luís Monteiro Pereira, «Um País a arder» in A Avezinha Jornal Algarvio (5/Setembro/2013)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Rumo à paz


O Papa Francisco decidiu enviar a toda a Igreja, ao mundo não católico e a todos os homens de boa vontade,  um convite para, no próximo dia 7 de Setembro, se realizar uma jornada de oração e jejum pela paz na Síria, no Médio Oriente e no mundo inteiro, entre as 19h e as 24h (18h e  23h em Portugal continental).

               

                              

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O idoso não pode emigrar...


«Se o Estado quer poupar, deve fazê-lo renegociando as Parcerias Público-Privadas (PPP)», porque «quando somos jovens e não temos emprego, emigramos», mas «quem é idoso não pode trabalhar nem emigrar. Fica no mesmo sítio, só não se sabe é qual e quem trata dessa pessoa»

Pedro Santana Lopes, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide (Agosto/2013).

O Papa Francisco e a guerra civil na Síria

O Papa Francisco, num encontro com os reis da Jordânia, Abdullah II e Raina, defendeu a urgência da paz na flagelada Síria, acossada por uma terrível guerra civil que procura derrubar o Presidente da República Bashar al-Assad.
Só através da via do diálogo, haverá uma "opção” sensata para pôr fim ao conflito.
No início de Setembro, vai realizar-se em Amã, capital da Jordânia, uma conferência sobre os desafios que se põem aos cristãos que vivem no Próximo Oriente. Desafios que devem enfrentar, nestes tempos de instabilidade socio-militar e de revoluções políticas, com a paz nos corações.

                               
Vaticano, 29/8/2013

O contestado Presidente Bashar al-Assad



domingo, 25 de agosto de 2013

Síria: Agora ataque químico, de quem?



«Apelo à comunidade internacional para que se mostre mais sensível perante esta trágica situação e coloque todo o seu empenho para ajudar a amada nação síria a encontrar uma solução para uma guerra que semeia destruição e morte»

«O aumento da violência numa guerra entre irmãos, com a multiplicação de massacres e actos atrozes, que todos pudemos ver também nas imagens terríveis destes dias, leva-me mais uma vez a levantar a voz para que se cale o barulho das armas»

25/8/2013
                                                                     Papa Francisco

sábado, 24 de agosto de 2013

Incendiários sem controle


Enquanto não se tomarem medidas de ordenamento do território com vista a diminuir áreas florestais demasiado extensas, enquanto se mantiver a evolução no sentido da desertificação das aldeias, das quintas, dos montados, enquanto houver uma floresta com largas zonas de difícil acesso, enquanto não houver corporações de guardas florestais suficientemente treinados para detectar os incendiários, o nosso país vai sendo devastado e consumido. As vítimas são, em primeiro lugar, as populações resistentes do interior e os soldados da paz, os bombeiros, que combatem os fogos, depois de um alarme chegar para, eles sim, os defrontarem "in extremis".

24/8/2013

                                                                                            Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O amor aproxima


«A pequenez a que sempre se reduziu Maria de Nazaré, apesar de ter sido a eleita para Mãe do Filho de Deus, conforme a anunciação do anjo, era fascinante para a Irmã Teresa do Carmelo de Lisieux. O amor aproxima e dá intimidade mesmo ao mais distante, mesmo ao mais alto dos seres. Eis por que Maria estende os seus braços aos pequenos, esses que não são mais do que os desprezados, os perseguidos, os ignorados. Lembremos estes versos: "Junto de ti, Maria, gosto de permanecer pequena". E também: "O teu olhar maternal desvanece os meus receios"»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos CaminhosEdições Carmelo, 2013, p.36.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

A magia da dança?


«A maior revolução da História (…) tem sua maior razão na fatalidade mística que a arma, e que faz com que esta sociedade não queira ser salva.

E não o quer, porque tem, ela mesma, a consciência da necessidade do seu fim. Ela sente que deve desaparecer (…) para que o mundo se purifique e adquira novas possibilidades de Beleza.

A sociedade morre dissolvendo-se na maior Dança macabra de que no mundo há memória, e ao pé do frenesi da qual as que os primitivos pintaram com esqueletos bailarins, não passam de brinco infantil.»
                          

                             Afonso Lopes Vieira, “A última encarnação do Encoberto” (1922)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Irmã Lua



«Apertou-lhe a garganta a emoção. Lembrou-se das miríades de poemas em que a Lua passava como um barco a guiar cada palavra. Lembrou-se dos contos da sua infância em que a Lua era a defensora dos bons. Escutou, na amargura do seu coração, Francisco de Assis a louvar a irmã Lua. Um silêncio emudecido no céu, ouviu assustada.»*
                                               
*Excerto do conto inédito «Ouviu-se a lua chorar» 
                                                                                                                                                          Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O Papa Francisco e a Assunção de Nossa Senhora


«Ela, é claro, entrou definitivamente na glória do Céu. Mas isso não significa que Ela esteja longe, que esteja separada de nós; na verdade, Maria nos acompanha, luta connosco, sustenta os cristãos no combate contra as forças do mal. (…) O Terço, também tem essa dimensão “agonística”, ou seja, de luta, uma oração que dá apoio na luta contra o maligno e seus aliados.»
               

Papa Francisco (Missa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, Roma, 15/8/20013)

No dia da Assunção de Maria ao Reino de Deus


«Que esta Mater purissima que garantiu, mesmo humanamente, a cada cristão o modelo da existência do amor imaculado, seja também até ao fim dos tempos a Mater dolorosissima, é o que proclama a visão do Apocalipse, mas também a reflexão sobre a sua unidade com o Espírito Santo sofrendo nos corações dolorosos. Quer como pessoa individual (Maria) quer como "pessoa colectiva" criada (Ecclesia), ela está aos pés cruz (...), porque é somente na figura da cruz e na experiência da cruz que o pecado se transformou, e se transforma sempre, em puro amor.»

Hans Urs von Balthasar, De l'intégration, pp. 85-86

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Do pacifismo


«De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o
mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.»
in «Evangelho Segundo São João»

Sou da Barca da Aliança,
E contra a guerra que fizerem 
Os nossos jovens criminosos,
Ergue-se o grito da Temperança,
O latir de cães raivosos
Em lampejar do Meio-Dia:

Contra os raios do Sol,
Está quem no alumia...........

MISERANDO ATQUE ELIGENDO


Paulo Jorge Brito e Abreu

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Neste dia

Fotógrafo numa rua de Lisboa em 1948

Olha:
Entre as palavras desmanchadas de um poema anónimo
(Agosto é um lago no meio dos lírios)
Brotou uma nascente de água fresca
(Delírios de luz a lavar Lisboa)
És tu – nasceste

Vejo-te em sucessivas idades sobrepostas
(Num largo parado à espera de vento)
Tens quinze anos e vejo-te dançar
(Grandes monumentos projectando sombra)

É noite – é ontem – a pura nudez da vinda ao mundo
(Agosto é parar, respirar murmúrios)

Vejo-te nos sucessivos delírios da luz desta jornada
(Agosto é um lago liberto das margens)
Na sombra estreita das ruas de Lisboa quando são duas da tarde
(Secreta viagem ao centro do tempo)
E na resposta a todas as perguntas mais antigas:
Nasceste – é hoje – és tu

9/8/2013

(Poema inédito)

              Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Abraçar a humanidade


«É como ser humano que Deus se revela, não na sua Majestade divina; é o recém-nascido que se apresenta ao mundo, através da estrela condutora dos pastores da Judeia e dos magos do Oriente. Esse Filho de Deus que, carregando, nos braços, a cruz sacrificial dos pecadores, é ainda ele que, na hora do seu nascimento, estende os bracinhos e estica as suas mãozinhas para abraçar a humanidade, como uma qualquer criança carecida de amor.»

              Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a força dos seus pequenos caminhos, Edições Carmelo, 2013, pág.47.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Coragem sem fim


“Aos 73 anos, Maria do Céu Sales ainda gosta de aprender com o silêncio. (…) Encerrada há sete anos com a mãe (de 101 anos) no mesmo quarto, continua a sonhar com as borboletas, os passarinhos e os formigueiros que fizeram parte da sua infância, por terras alentejanas. E, mais importante – como faz questão de sublinhar – continua a manter um diálogo permanente com Deus. Pode soar a devaneio, mas a lucidez e a clareza com que expõe as suas ideias demonstram que se trata de convicção, de uma forma determinada e genuína de viver a fé.”

Francisco Pedro, Fátima Missionária, Agosto/Setembro 2013

domingo, 28 de julho de 2013

"IDE, SEM MEDO"


"Ide, sem medo, para servir"

"A única maneira de fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro, a atitude aberta que definiria como humildade social"

"A fé é uma chama que se faz tanto mais viva, quanto mais é partilhada, transmitida"

"O futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a política.
Reabilitar a política que é uma das formas mais altas da humanidade"

                                                                                    Papa Francisco 
                                                    (Jornadas Mundiais da Juventude no Brasil, 2013)            

sábado, 27 de julho de 2013

Um Caminho no Meio dos Caminhos



Deve haver um caminho entre as palavras,
Entre as palavras, as coisas, as pessoas:
A maneira certa de existir.
Um caminho em que se deixe de pensar
Na maneira certa de existir
E se caminhe entre os caminhos
Sem pisar nenhum:
Deve haver um caminho no meio dos caminhos.
Um caminho que não conduza a mais lugares
Pois não será preciso
E todos os lugares serão presentes.
Um caminho onde só estar
Seja o mesmo que percorrer todo o caminho.
E todas as metas virem ter connosco.
Um caminho em que olhar seja chegar
E em que todo o esforço para alcançar esse caminho
Seja tão só o esforço de deixar de fazer esforço.
Porque já estamos lá – resta sabê-lo.


27/7/2013

(Poema inédito)
                                Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Propósito dos Painéis de Nuno Gonçalves

Painéis de Nuno Gonçalves

Pormenor: O Povo
Os painéis de S. Vicente de Fora, obra-prima da pintura portuguesa, da autoria de Nuno Gonçalves (2ª metade do século XV). Aqui, o pintor português representou, de modo genial, toda a sociedade portuguesa (nobreza, clero e povo) do Século de Ouro dos Descobrimentos. Ainda hoje, este políptico, em madeira policromada - uma preciosidade actualmente no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa - continua a ser o símbolo vivo da gesta marítima que o Povo Português traçou para além dos mares e dos mundos conhecidos da Europa, nos confins de continentes ignorados e detentores de fabulosas e inesperadas culturas.  

Teresa Ferrer Passos

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Papa Francisco no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, Brasil


"A Igreja quando busca Cristo bate sempre
à porta da Casa da Mãe"

                    "Também eu venho bater à porta da Casa de Maria"

                                24 de Julho de 2013
                                                                                                Papa Francisco

sábado, 20 de julho de 2013

Sol Nascente

Jardins da Fundação Gulbenkian


Num olhar negro, sem olhar, um café,

uma mesa entre livros com folhas de jardim,

uma hora a tremer de vento, uns dedos magros de sono,

um caminho estreito, uns troncos molhados de verde,

uma sombra, um banco de pedra...

A vir de longe, ouvi a tua voz a entoar um olhar novo,

e, em frente, parecia-me ver, obscuro, um Sol Nascente.

20/ Julho/2013

(Poema inédito)

                                                     Teresa Ferrer Passos

Nos vinte anos do nosso primeiro encontro

Flor dos jardins da Fundação Gulbenkian

Foi um jardim
A sala de visitas do destino.
Passeámos no meio dos canteiros,
Falámos de poesia,
Sem nos sabermos ainda passageiros
Do trem que partia nesse dia.

E esse dia, porque era tão diferente?
Era Julho, era sol,
Era luz, era haver tempo;
Não sei se era calor ou sombra acolhedora,
Nem se era o paraíso
Ou se era território português –
Mas isto é certo – Era uma vez…


20/7/2013

(Poema inédito)

                    Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Uma nova solidariedade entre cidadãos

Manuel de Lemos recebe das mãos do Presidente da República
a insígnia de grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
«Vivemos um tempo muito difícil e não será nem em 2013, 14, ou 15 que a situação vai melhorar em termos globais. As pessoas e as nossas Misericórdias vão continuar a sofrer e a palavra de ordem vai ser aguentar a todo o custo. Mas os rigores da austeridade – que, fora das demagogias partidárias, todos percebemos serem necessários – não podem de modo algum cegar-nos às noções mais essenciais de humanidade e solidariedade entre cidadãos, entre compatriotas, entre aqueles que, por pertenceram à mesma pátria, partilham o passado, o presente e o futuro.»
                                                                    Manuel de Lemos
                                         Presidente da União das Misericórdias Portuguesas                                                                      In  Voz das Misericórdias, pág. 7 (Junho 2013)