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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Dia Mundial do Doente

Teresa do Menino Jesus gravemente doente

«E se Santa Teresa do Menino Jesus defrontou o martírio da sua longa e dolorosa doença com grande coragem e abnegação, o Papa Wojtyla, apesar do seu aspecto desfigurado e da grave incapacidade física, também quis ser exemplo de resistência heróica para todos, designadamente, os doentes do mundo. Como Teresa com o sofrimento a doer demais, Wojtyla foi até ao fim da missão na terra (a que Deus lhe atribuíra), colocando-a, apesar da sua fraqueza extrema, como uma cruz a juntar-se à outra cruz, a de Jesus.»

Teresa Ferrer Passos, «A Actualidade de Santa Teresa do Menino Jesus» in "Revista de Espiritualidade" (Edições Carmelo), nº87, Julho/Setembro 2014, 318-319.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Rosas de Santa Teresinha



O RESGATE DE SANTA TERESINHA




O poema que ontem compusemos
Não foi escrito com tinta nem papel:
Escrevemo-lo no dia que acontece
Como quem reza baixinho alguma prece.

O poema que ontem compusemos
Não foi escrito com tinta nem papel:
Foi escrito em nós por quem jamais se esquece
De dar alento à luz sempre que a luz esmorece.

O poema que ontem compusemos
Não foi escrito com tinta nem papel:
Nasceu como fruto da memória
Do dia em que te dei um certo anel…


5/11/2015

                  Fernando Henrique de Passos




A MORTE DA ROSEIRA 




O dia era cinza nas nuvens disformes
a agitarem as gotas de chuva sobre a roseira,
a pender de rosas de Santa Teresa do Menino Jesus.

De súbito, agitado senti o coração. Que acontecia?
Cheguei à janela. Vi três jardineiros
a chegarem junto da bela roseira.
Levavam a máquina de cortar e as mãos
com luvas de proteção. A camioneta ao lado,
com as bermas descaídas esperava a roseira
a respirar vida.
O som da máquina trovejou. Os ramos tombaram
nas mãos inclementes.
As rosas choravam as gotas perdidas da chuva piedosa.
Pétalas sepultavam-se no relvado vermelho de revolta.
Os troncos abraçavam ainda as rosas.
Estavam a ser sepultadas na estupidez
de ordens superiores, dos grandes senhores...
Corri a dizer-te. E tu gritaste. Parem!
E nós, prostrados, chorámos
abraçados. Depois, a máquina emudeceu.
Voltamos à janela. Havia ainda uns fracos troncos.
Com rosas!
Os três jardineiros tinham desaparecido.
E chorámos de novo. De alegria. 

5 de Novembro de 2015 (no 22º aniversário do nosso noivado)

                                        Teresa Ferrer Passos

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Uma chuva de rosas para a Terra...



«Ó coração de Jesus, tesouro de ternura
Tu és a minha dita, a minha única esperança,
Tu que soubeste cativar a minha juventude
Fica ao pé de mim até à última tarde.
Senhor, só a Ti dei a minha vida
E conheces bem todos os meus desejos
É na tua bondade sempre infinita
Que desejo perder-me, ó Coração de Jesus!»

1895
               Santa Teresa do Menino Jesus
         (Do poema «Ao Sagrado Coração de Jesus» in Obras Completas, p.735)



domingo, 18 de outubro de 2015

RECONHECIDOS SANTOS: O CASAL ZÉLIE E LOUIS MARTIN


O Papa Francisco canonizou hoje, no Vaticano, os pais de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Louis Martin e Zélie Guérin Martin. Este casal, modelo do amor conjugal, tal como Jesus o enunciou claramente, foi o primeiro casal a ser canonizado em conjunto, com exceção dos casos de martírio.

Sua Santidade declarou que os novos santos "viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do Menino Jesus".

Esta canonização homenageia o casal exemplar. Um amor a viver por Louis Martin para além da morte de Zélie Martin. A cerimónia aconteceu durante o Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorre até ao próximo dia 25, e no Dia Mundial das Missões, de que Santa Teresa do Menino Jesus é padroeira.

Teresa do Menino Jesus com o pai

Excertos da monografia de Teresa Ferrer Passos intitulada
Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos,
Edições Carmelo, 2013, pp. 51, 67 e 72:

«Atormentada pela doença, a procura das memórias maravilhosas da sua infância, acentua-se. Escrevia no poema "O Cântico de Celina" datado de 1895: "Oh como eu amo a recordação / Dos dias abençoados da minha infância" (Santa Teresa do Menino Jesus, Obras Completas, p.710). (...)»

«O olhar, a voz, o perdão, e, finalmente, o repouso, a decorrer de tanto ter sido amado [Jesus] na fidelidade e na confiança de Teresa. Eis o amor esponsal a atingir a sacralidade, a chegar ao Céu, a subir com os braços de Jesus às moradas divinas. Este amor superior que Teresa vive na mais mística e na mais pura das paixões pode encontrar os seus fundamentos no próprio casal Martin − essa mãe carinhosa e tão cedo morta, e, esse pai bom, sempre a condescender e sempre sofredor até à prolongada doença que o conduziria à morte.(...)»

«A memória dos anos que se seguiram à morte da mãe tinham ainda viva a comunhão carnal com a mater originalis, essa mãe que numa das suas cartas datada de 4 de Março de 1877, não pára de falar daquela filhinha de respostas inteligentes e com "um olhar" em que lhe notava "qualquer coisa de celestial" que "a encantava" (Obras Completas, p.86). Ao lado das irmãs, estava a figura amada do pai que constitui, também ele, mais um resquício da memória da mãe. Mas, a afectividade inexcedível do pai com Teresa, "a sua rainhazinha" avivava sempre a imagem da maternal imagem presente na senhora Zélia Martin.(...)»

terça-feira, 3 de junho de 2014

Para uma nova evangelização do mundo


Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897)  - 
Precursora da Nova Evangelização do mundo*


Os Manuscritos Autobiográficos (1) de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face foram elaborados por sugestão de sua irmã Paulina (Madre Inês de Jesus) entre os 21 e 24 anos de idade (ano da sua morte). Com uma linguagem extremamente simples, oferecem-nos um pensamento espiritual de fundo teológico de clara feição precursora para o seu tempo. Estes Manuscritos não eram dirigidos a uma comunidade monástica (neste caso, Carmelita); procuravam chegar  mais longe, chegar ao mundo, aos sacerdotes e aos leigos, aos crentes de outras religiões ou aos ateus.

Sem Teresa do Menino Jesus se aperceber, anunciaram, de modo subtil, qualquer coisa nova para o mundo. Nas margens das suas palavras simples, erguia-se um edifício para uma sociedade sem diferenças entre bons e maus, sem estigmas sociais de natureza jurídica, sem distâncias relativas a culturas diferentes, sem distinção entre pequenos e grandes. Há, pois, aqui, um pensamento que se antecipa ao nosso tempo: ela tem a ousadia de fazer a crítica a princípios dogmaticamente aceites desde há muitos séculos pela Igreja. Vejamos os mais importantes: A critica à existência do purgatório, lugar onde se inscreviam castigos como sendo uma terapia regeneradora do pecado; a crítica do inferno, lugar onde se era lançado sem resgate ou perdão.

Para Teresa do Menino Jesus, estes princípios entravam em contradição com o Deus de Amor de que o rosto humano de Jesus era a expressão. “Os sofrimentos eternos são inúteis” e entram em contradição com o Deus-Amor; também a lei da pena de morte não permitia o arrependimento nem a reabilitação: «Quis a todo o custo impedi-lo (ao criminoso Pranzini) de cair no inferno» (2); a condição da mulher, mesmo conventual, a mulher sujeita ao desprezo, às proibições: «Ah, pobres mulheres, como são desprezadas» (3); os costumes, como a mortificação nos conventos: «Nunca fiz nenhuma» (4).

    Estas críticas, deram ensejo a Teresa do Menino Jesus para lançar as bases de uma renovação da teologia da Igreja, toda construída a partir de caminhos muito pequeninos. Assim, nascia uma pequena teologia para o tamanho do mundo: os seus pequenos caminhos são os atalhos para um outro pequeno caminho que se eleva como o vértice de todos: a fraternidade ou o encontro de todos com todos. O objectivo maior da encarnação de Deus em Jesus fora precisamente a Fraternidade. Esses pequenos caminhos de Santa Teresa de Lisieux têm uma matriz singular, o Amor: «A ciência do Amor, ah sim! esta palavra ressoa docemente ao ouvido da minha alma, não desejo senão essa ciência» (5).

O Amor traçava-se em cada um dos pequenos caminhos: um gesto de atenção ao outro, uma palavra carinhosa, um sacrificiozinho por alguém, um sorriso, uma palavra de paz, a procura do solitário, a confiança no próximo, o pedido de misericórdia a Jesus pelos pecadores... Tantos pequenos caminhos! E, precisamente os pequenos caminhos, enlaçados no caminho do Amor, iriam realizar, no mundo, o supremo caminho da Fraternidade. Essa Fraternidade que hoje continua a ser, dia após dia, esmagada pelo egoísmo, o orgulho, a ambição, a inveja, muitas das perversões do mundo contemporâneo.

Na linha de rumo traçada pelos pequenos caminhos, o Papa Francisco na sua 1ª Exortação Apostólica (2013) ensinava: «Trata-se de aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros e aprender também a sofrer quando recebemos agressões injustas ou ingratidões, sem nos cansarmos jamais de optar pela fraternidade» (6). Neste documento, Francisco faz mesmo referência a um caso passado com Santa Teresa de Lisieux (7): Estando ela a fazer companhia à Irmã S. Pedro, cuja doença lhe dava um deplorável aspecto, começou a pensar numa cena alegre de um baile; de súbito, ouvindo-a gemer e vendo aquele rosto de dor, sentiu nesses momentos muito mais felicidade do que ao lembrar-se das imagens felizes do seu passado. E o Papa Francisco sublinha: «O modo de nos relacionarmos com os outros é uma fraternidade que sabe ver a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano» (8).

O caminho do Amor, esse caminho pequeno, possui, ao mesmo tempo, uma força avassaladora. Sem todos os pequenos caminhos de Santa Teresa de Lisieux a mais jovem Doutora da Igreja −, a Fraternidade continuará, nos nossos dias, adiada. Por quanto tempo?...

30 de Maio de 2014


                                                Teresa Ferrer Passos

* Este texto foi escrito por ocasião do lançamento do livro da autora, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, na Livraria da Universidade Católica de Lisboa, em 30 de Maio de 2014.


(1) Estes Manuscritos (1895-1897) vulgarizaram-se, após a sua morte, com o nome de História de uma Alma (1ª edição,1898).
(2) Manuscrito A, fl.45v.
(3) Manuscrito A, fl.66v.
(4) Manuscrito A, fl.68v.
(5) Manuscrito B, fl.1.
(6) Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, Paulinas Editora, 2013, p. 68, Parágrafo 91.
(7) Idem, Ibidem, Parágr. 91, nota 69; Manuscrito C, fl.29v-30.
(8) Evangelii Gaudium, Parágr. 92.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

O pequeno e... grande caminho: o amor

Miosotis, uma das flores preferidas de Teresa do Menino Jesus


«"Viver de Amor, é enxugar-Te a Face" escreve Teresa. Enxugar essa Face de Jesus a gotejar suor e sangue e água, durante o tormento da via sacra e também nas horas que se seguiram. Essa Santa Face de Jesus, a espelhar toda a dor humana e todo a dor divina ante o pecado aviltante da humanidade, a indiferença que renegou Deus, que esqueceu o seu Amor de Pai. De facto, como acentua Emmanuel Levinas, "na expressão [da face], o ser que se impõe não limita, mas promove a minha liberdade, suscitando a minha bondade". O convívio, no próprio nome e na devoção, com a Face de Jesus gera mais uma fonte de santidade, fonte essa que provoca a mudança do ser imperfeito e o aproxima do Santo.»

           Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, pp.62-63.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Lançamento de "Santa Teresa do Menino Jesus"

Nigela dos trigais, uma das flores predilectas de TMJ

  «O espaço sagrado crescia no imaginário de Teresa incessantemente. A realidade mostrava que ela se sentia "tão fraca, tão frágil", que só encontrava a força necessária para viver no sustentáculo sacro de Deus. Como ela "para sempre queria unir-se á Força Divina!...", como ela procurava no vasto oceano da divindade de Jesus umas gotinhas de água viva, regeneradora e revigorante.»
                                      
             Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, p.57.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Actualidade de Santa Teresa do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus
«A sua obra não deixa de inspirar historiadores, teólogos e filósofos, ávidos de decifrarem a sua personalidade e de explicarem a sua fulgurante popularidade. A pequena teoria do Amor mereceu longas referências de quase todos os Papas do século XX e dos princípios do XXI. Vários motivos poderão explicar a actualidade inquestionável de Santa Teresa de Lisieux.

Lembramos ainda que ela condenou as práticas das pesadas penitências, dos castigos corporais infligidos pelos monges e recusou ver em Deus um Deus castigador onde existia só um Deus de misericórdia; com Jesus, Deus é um Pai que ama e que só se quer ver amado no rosto dos outros, nos rostos daqueles que sofrem, que foram abandonados, que são perseguidos porque são fiéis à verdade, à pureza, à humildade.

Com Teresa nascia toda uma doutrina de vida para a conquista da santidade; relevamos nela a espantosa acessibilidade ao delinear-se com pensamentos profundos, mas expressos com as mais simples palavras. Talvez por essa razão, Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, esteve sempre muito atento, seguindo-a, igualmente, com o seu sorriso e abnegação nos sofrimentos da grave doença que o levaria à morte.

A revelá-lo, a Homilia de 19 de Outubro de 1997 (1), em que Wojtyla atribuiu a Santa Teresa de Lisieux o título de Doutora da Igreja com uma vasta argumentação: «Ela fez resplandecer no nosso tempo o fascínio do Evangelho»; «Tornou-se um ícone vivo daquele Deus que mostra o seu poder sobretudo no perdão e na misericórdia»; «Fez ver a importância que as fontes bíblicas têm na vida espiritual»; «Pôs em evidência a originalidade e o vigor do Evangelho». Neste longo texto sobre a actualidade de Teresa, salientava João Paulo II este seu pensamento lapidar: «Compreendi que só o amor fazia actuar os membros da igreja e que se o amor viesse a extinguir-se, nem os Apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramar o seu sangue»(2)

Na «Pequena doutrina», como lhe chamava, Teresa inscrevia a «CIÊNCIA do AMOR», a ciência que a nenhuma outra se equipara. Não escrevia ela que a Jesus bastava «lançar flores, não deixar escapar um pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra, e valer-se de todas as pequenas coisas e fazê-las por amor»(3) Não eram esses pequenos caminhos − na aparência, tão pobres para oferecer ao Criador do Universo − que Jesus, o Deus encarnado, mais apreciava?»*

Teresa Ferrer Passos



(1) João Paulo II, Carta Apostólica Divini Amoris Scientia, 1997.
(2) O Papa Pio X considerou-a «a maior santa dos tempos modernos». O sucessor de João Paulo II, Bento XVI, diria sobre Teresa de Lisieux que ela «louvou a ciência das realidades divinas para ensinar aos outros a via da salvação». No dia 6 de Abril de 2011, Bento XVI dedicava-lhe, quase na íntegra, a sua Audiência Geral: «Confiança e amor são o ponto final da narração da sua vida, duas palavras que como faróis iluminaram todo o seu caminho de santidade para poder guiar os outros pela sua mesma pequena via de confiança e de amor». Na Catequese sobre Santa Teresa do Menino Jesus, em 6 de Abril de 2011, o Papa Bento XVI diria: «Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, que viveu neste mundo somente 24 anos, no final do século XIX, conduzindo uma vida muito simples e escondida, mas que, após a morte e a publicação dos seus escritos, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas» . Na carta para o dia 11 de Fevereiro (Dia Mundial do Doente) de 2013, Joseph Ratzinger − no dia em que renunciou às funções pontifícias − referiu-se a Santa Teresa de Lisieux como uma santa que vivera «em profunda união com o Paixão de Jesus a doença que a levou à morte no meio de grandes sofrimentos», e, apontava «o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus para se encontrar o sentido do sofrimento». Advertia ainda que «alguns santos, incluindo Santa Teresa, servem de exemplo e de estímulo às pessoas doentes para aceitarem o sofrimento do ponto de vista humano e espiritual».
(3) Manuscrito B, f.4.
* Excerto da palestra proferida pela autora no Círculo de Espiritualidade e Cultura e na igreja de S. João de Deus em Lisboa, respectivamente em 17 e 19 de Fevereiro de 2014.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tempo da infância

   
Teresa Martin aos três anos

   «Porque vive a força irresistível do amor, a descer das águas férteis do tempo da infância, Teresa faz do Amor a graça maior que recebe do céu. Um céu, sem dúvida, do tamanho do pequeno grão de mostarda. Esse é verdadeiramente o seu Céu, cheio de encantos. É um «grão de mostarda» o seu Céu, como ensinara Jesus. Tão pequenino. É nele que um dia espera entrar, pois uma alma de criança está viva no seu coração. A criança que o Menino Jesus representa no cognome que escolheu, continua exuberante, não deixa de a habitar. Dissera Jesus que só com a transparência de sentimentos de uma criança, um adulto pode ter entrada no reino de Deus.»

         Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, pp.48-49.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Traços de infância e de amor


«Na espiritualidade de Teresa do Menino Jesus, a pessoa humana será tanto maior quanto mais se mantiver fiel à personalidade da primeira infância. O protótipo é o Jesus-Menino, ele mesmo presente em Jesus até à sua morte e ressurreição. E a cruz tem em si mesma o sentido do espírito da criança submissa, o filho obediente, o menino cheio de confiança no Pai, o Pai a tornar-se Filho: «O Deus cuja omnipotência/ Detém as vagas que rugem / Tomando os traços da infância / Quer tornar-se fraco e pequeno». Na espera da sua libertação final depois de afastar d’Ele «aquele cálice», Jesus continua a obedecer como uma criancinha.»

         Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, p. 49.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A mais jovem Doutora da Igreja

Santa Teresa do Menino Jesus
«Entre os "Doutores da Igreja", Teresa do Menino Jesus e da Santa Face é a mais jovem, mas o seu ardente itinerário espiritual demonstra muita maturidade, e as intuições da fé expressas nos seus escritos são tão vastas e profundas, que a tornam digna de ser posta entre os grandes mestres espirituais.»

        Homilia do Papa João Paulo II por ocasião da atribuição do Título de Doutora da Igreja a Santa Teresa do Menino Jesus, em 19 de Outubro de 1997 (1º Centenário da sua morte)

sábado, 11 de janeiro de 2014

Procura de uma Mãe

    
Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face,
Doutora da Igreja e Padroeira das Missões

«A constância do sentimento de abandono, em grande parte da sua poesia ou nos manuscritos autobiográficos, vive na procura contínua da mãe, presente na "mater originalis", em que se torna Maria. Ao procurá-la, no profundo da alma descobre o caminho do Esposo que é o próprio Deus, como Jesus ensinou, o Pai que apresenta, numa osmose absoluta, a venturosa e cheia de graça "mater", presente em Maria.
Na verdade, Jesus personifica, Jesus materializa o Pai. Como Teresa escreve no poema «O que verei em breve…», a sua alma sedenta, também ela, como Jesus, sedenta de amor, almeja «amar Jesus e fazê-l’O amar», sempre na busca d’ Aquela que está junto dele, a Mãe.»

   Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, pág. 38.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Jesus chama-lhes amigos...

Santa Teresa do Menino Jesus

  «(...) O exemplo de Jesus levou-a a aprofundar muitos textos bíblicos que depois comenta e a levam a interrogar-se: "Como amou Jesus os seus discípulos, e porque os amou? Ah! não eram as qualidades naturais deles que O podiam atrair; havia entre eles e Ele uma distância infinita...

  Apesar disso, Jesus chama-lhes amigos, irmãos. Ah! compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos actos de virtude que se lhes vir praticar (...)"

         Irmã Helena Esguerra, C.D., «Releitura da Vita Consecrata à luz de Santa Teresinha» in Revista de Espiritualidade, nº 17, Jan./Março, 1997, pág.58.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Propósito de Santa Teresa do Menino Jesus


Professor Doutor Carlos Henrique Carmo Silva

«De facto, a figura exemplar, por essa mesma exemplaridade (já pertença potencial de todos...), deixa de ter uma 'história pessoal' na acepção da sua personalidade (...).»

«Haver "biografia" é um luxo moderno, tendo em conta a vastíssima história da humanidade em que só muito tarde adveio o nome próprio, a consciência sequer de uma individuação, o requerimento recentíssimo de uma psicologia individual ou de uma 'alma' que aprenda a ousar dizer "eu"...».

          Carlos Silva, "A Questão Autobiográfica ou do Tempo Absoluto - A propósito da Histoire d'une Âme e da Sua Autora" in Revista de Espiritualidade, Edições Carmelo, nº 52, Outubro-Dezembro 2005, pp.264-265.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O verdadeiro amor



«O Amor Nupcial é um amor pronto, incondicional, disponível, capaz de tudo receber e de tudo dar.

É um amor pleno de ingenuidade, de benquerença e de bem julgar, um amor aberto para edificar a comunhão da Esposa e do Esposo, como se fosse de uma mãe e de um filho.

Ambos se tocam como um amor sem limites no sofrimento, na abdicação, na audácia. Os sofrimentos, os martírios não os enfraquecem, antes os fortificam e os absolutizam.


Sofrer como Jesus e amar como Jesus, na esperança do reencontro dos esposos ou do reencontro da mãe e do filho. Amor físico/Amor espiritual: As equivalências e paralelismos poderiam continuar a descrever-se.

O verdadeiro amor a partir da carne cresce no invólucro do espiritual. A noiva ama já como se fosse esposa, a mulher ama já o filho como se fosse mãe. A paixão de Jesus identifica-se com a paixão do esposo e com a paixão da maternidade.»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, pp.69-70.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O amor está no agir ou não existe


«Neste êxtase de amor, Teresa aproveita para lembrar uma frase de S. João da Cruz, místico que relê sempre com enlevo desmedido: " 'O mais pequeno movimento de PURO AMOR lhe é mais útil do que todas as outras obras conjuntas' ". Contudo, vai mais longe, num arrojo de humildade, ao pressupor a atitude da tão abundante e fértil misericórdia de Jesus: "Sinto que por impossível se encontrasses uma alma mais fraca, mais pequena do que a minha, te deliciarias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança à tua misericórdia infinita".
Na espiritualidade teologal da Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, a humildade é a suprema lei do amor. O amor nela se projectava como um espaço infinito. Com Jesus, as condições passaram a existir para a humanidade conseguir crescer até ao seio do Eterno. Estava ao alcance dos mais "pequenos" a comunhão entre eles e o Pai. O amor de Deus pelos seus filhos fora dado a conhecer por Jesus, num testemunho sublime de vida e de morte.»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos CaminhosEdições Carmelo, 2013, pp. 56-57.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Relíquia de Santa Teresa do Menino Jesus em Lisboa


«A paróquia de Nossa Senhora das Mercês, em Lisboa, vai celebrar, de 1 a 6 de Outubro, a Festa de Santa Teresa do Menino Jesus, onde será possível venerar a primeira relíquia da padroeira das Missões e Doutora da Igreja a vir para Portugal após a beatificação.

"Sendo uma das igrejas de Lisboa com uma referência especial a Santa Teresinha, já que aqui, pela acção do padre Marques Soares, teve grande impulso o culto de Santa Teresinha logo após a sua canonização, continuamos a tradição de a festejar como uma das figuras mais importantes últimos tempos”, refere a paróquia, em comunicado"»
In site do Patriarcado de Lisboa (30/9/2013)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O amor aproxima


«A pequenez a que sempre se reduziu Maria de Nazaré, apesar de ter sido a eleita para Mãe do Filho de Deus, conforme a anunciação do anjo, era fascinante para a Irmã Teresa do Carmelo de Lisieux. O amor aproxima e dá intimidade mesmo ao mais distante, mesmo ao mais alto dos seres. Eis por que Maria estende os seus braços aos pequenos, esses que não são mais do que os desprezados, os perseguidos, os ignorados. Lembremos estes versos: "Junto de ti, Maria, gosto de permanecer pequena". E também: "O teu olhar maternal desvanece os meus receios"»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos CaminhosEdições Carmelo, 2013, p.36.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Abraçar a humanidade


«É como ser humano que Deus se revela, não na sua Majestade divina; é o recém-nascido que se apresenta ao mundo, através da estrela condutora dos pastores da Judeia e dos magos do Oriente. Esse Filho de Deus que, carregando, nos braços, a cruz sacrificial dos pecadores, é ainda ele que, na hora do seu nascimento, estende os bracinhos e estica as suas mãozinhas para abraçar a humanidade, como uma qualquer criança carecida de amor.»

              Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a força dos seus pequenos caminhos, Edições Carmelo, 2013, pág.47.

domingo, 14 de julho de 2013

Caderno Íntimo


«Os pensamentos que lhe percorreram a alma, a mais retirada das moradas, estão nas folhas deste caderno íntimo. E precisamente para os oferecer à Virgem Maria que lhe sorri e, desse modo singelo, lhe mostra que a quer escutar, que a quer pronta a dialogar com ela.»

Teresa Ferrer Passos, Santa Teresa do Menino Jesus e a Força dos seus Pequenos Caminhos, Edições Carmelo, 2013, p.14.