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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Neste dia

Fotógrafo numa rua de Lisboa em 1948

Olha:
Entre as palavras desmanchadas de um poema anónimo
(Agosto é um lago no meio dos lírios)
Brotou uma nascente de água fresca
(Delírios de luz a lavar Lisboa)
És tu – nasceste

Vejo-te em sucessivas idades sobrepostas
(Num largo parado à espera de vento)
Tens quinze anos e vejo-te dançar
(Grandes monumentos projectando sombra)

É noite – é ontem – a pura nudez da vinda ao mundo
(Agosto é parar, respirar murmúrios)

Vejo-te nos sucessivos delírios da luz desta jornada
(Agosto é um lago liberto das margens)
Na sombra estreita das ruas de Lisboa quando são duas da tarde
(Secreta viagem ao centro do tempo)
E na resposta a todas as perguntas mais antigas:
Nasceste – é hoje – és tu

9/8/2013

(Poema inédito)

              Fernando Henrique de Passos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

No Aniversário Natalício de Fernando Pessoa


               «Acima da verdade estão os deuses.
                A nossa ciência é uma falhada cópia
                Da certeza com que eles
                Sabem que há o Universo.

                Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,
                Não pertence à ciência conhecê-los,
                Mas adorar devemos
                Seus vultos como às flores,

                Porque visíveis à nossa alta vista,
                São tão reais como reais as flores
                E no seu calmo Olimpo
                São outra Natureza.»*

                                     * De uma Ode de Ricardo Reis

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

No dia dos teus anos













É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Nasceste cheio de alegria
para traçar a construção sem fim,
toda vida, na procura incerta,
na via dos caminhos, na do abismo,
nas horas da esperança, na do desespero,
no ganhar e no perder,
na plena confiança e na dúvida.

É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Num dia chuvoso como hoje,
sereno e mais frio,
poucos dias depois do Natal,
o Natal de Jesus que nasceu
“para construir o reino”,
sem abrigo certo, sem medo.

É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Por isso, aqui estou.
Aqui estou, para contigo “construir o reino”
de braços abertos como um mar,
sem paredes que cerquem,
sem amarras que tolham,
apenas, indefesos e livres…

14/1/2013

                            Teresa Ferrer Passos