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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Livros

Gabriela Mistral, Nobel da Literatura, 1945

«Livros, ó mudos livros das estantes frias,
vivos no seu silêncio, ardentes na sua calma;
livros, os que consolam, veludos da alma,
e que sendo tão tristes nos dão alegrias!»

   Do poema "Os meus livros" de Gabriela Mistral (1889-1957)

sábado, 28 de novembro de 2015

Um poema de Fernando de Paços (1923-2003)

"Mulher" P.A.Renoir (1841-1919)

Pra me curar,
mais fria, a brisa;
na minha mão a tua voz lisa;
chuva, sobre esta noite lunar.

Ficar prostrado no chão e arrefecer, 
Tudo afastar, tudo esquecer.
Apenas tu,
vestindo o meu corpo nu
da tua ansiedade de viver.

Fernando de Paços, O Fértil Jardim, 1953, Edições Távola Redonda (poema 12).

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

"Teometria"

"Teometria", um poema inédito (11/2/2014)
de Fernando Henrique de Passos
Foto: Azenhas do Mar, Ericeira

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O rio do meu jardim


O RIO DO MEU JARDIM

(invoco, para a Musa, o 6 de Paus)

«in memoriam» Teixeira de Pascoaes

No rio do Paraíso havia bdélio e ónix
No rio do meu jardim havia bdélio e ónix
Os pássaros sobrevoavam o campanário eclesial
E as flores eram mais doces que o mel
No rio do meu jardim
Onde havia bdélio e ónix
Porque me curavam de todos os meus males
E eu nunca estava doente
E tinha asas que eram transparentes
No rio do meu jardim
Depois então, a minha companheira
Comeu o fruto que estava proibido
O nosso Criador tinha-lhe dito que não, que não o comesse,
Mas ela comeu-o, infelizmente,
E agora - pobre de mim!!!
Tenho de morrer novamente para voltar outra vez
Ao rio do meu jardim

Lisboa, 13/ 07/ 1979


AD MAJOREM DEI GLORIAM

Paulo Jorge Brito e Abreu

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Irmã Lua



«Apertou-lhe a garganta a emoção. Lembrou-se das miríades de poemas em que a Lua passava como um barco a guiar cada palavra. Lembrou-se dos contos da sua infância em que a Lua era a defensora dos bons. Escutou, na amargura do seu coração, Francisco de Assis a louvar a irmã Lua. Um silêncio emudecido no céu, ouviu assustada.»*
                                               
*Excerto do conto inédito «Ouviu-se a lua chorar» 
                                                                                                                                                          Teresa Ferrer Passos

terça-feira, 16 de abril de 2013

Acerca do poema "O Meu Céu na Terra!..." de Santa Teresa do Menino Jesus



FACE DE JESUS, O CRISTO


ACERCA DO POEMA «O MEU CÉU NA TERRA!...»
de Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. 


No poema «O Meu Céu na Terra!...», Santa Teresa do Menino Jesus descobre na Face de Jesus, o guia para as suas acções, o caminho para a sua santidade, o rumo para a missão de transmitir os Seus caminhos até aos confins do mundo.

A missão é, para Teresa do Menino Jesus, o objectivo maior da sua vida. Na procura de seguidores de Jesus, Teresa desvenda a Sua Verdade, provoca apóstolos da Sua divindade, lança arautos do Seu Reino de Amor.  

Logo, no primeiro verso de «O meu céu na terra!...» surge esplendorosa a imagem de Jesus. Ela impõe-se por si, ela conduz «os meus passos», escreve Teresa. Depois, a doçura do Seu rosto transforma-se num céu, já, aqui, na terra.

As lágrimas, que Jesus carrega no peso da cruz - no peso do pecado - tornam esse Rosto ainda mais sedutor, ao erguer-se como a «única Pátria» e um «Reino de amor».

Ao contemplar a Face salvífica de Jesus, Santa Teresa de Lisieux acha-se à porta do Mestre, a desencantar a semelhança, e assim, a tocar, quase a medo e sem medo, o «doce Salvador». 

Ao alcançar os «traços», ao receber as «marcas» da sua beleza próxima do humano e divina - uma beleza que não está apenas na imagem exterior, mas sobretudo na imagem interior -, Teresa de Lisieux esconde-se «sem cessar» nessa Face para que, no seu caminho pequenino, Jesus a deixe chegar à santidade. 

Ela sabe que, só desse modo, tem ao seu alcance a conquista de novos santos. Novos santos que Santa Teresa do Menino Jesus tanto ambicionava oferecer ao Salvador.   

16 de Abril de 2013

                                                                                          Teresa Ferrer Passos



O MEU CÉU NA TERRA

JESUS, A TUA INEFÁVEL IMAGEM
É O ASTRO QUE CONDUZ OS MEUS PASSOS
AH! TU BEM SABES, O TEU DOCE ROSTO
É PARA MIM O CÉU CÁ NA TERRA.

O MEU AMOR DESCOBRE OS ENCANTOS
DA TUA FACE EMBELEZADA PELO PRANTO.
EU SORRIO ATRAVÉS DAS LÁGRIMAS
QUANDO CONTEMPLO AS TUAS DORES
(...)

A TUA FACE É A MINHA ÚNICA PÁTRIA
ELA É O MEU REINO DE AMOR
(...)

O TEU ROSTO, Ó MEU DOCE SALVADOR
É O DIVINO RAMO DE MIRRA.
(...)

A TUA FACE É A MINHA ÚNICA RIQUEZA
EU NÃO PEÇO NADA MAIS
ESCONDENDO-ME NELA SEM CESSAR
PARECER-ME-EI CONTIGO, JESUS...
DEIXA EM MIM A DIVINA MARCA
DOS TEUS TRAÇOS CHEIOS DE DOÇURA
E EM BREVE, TORNAR-ME-EI SANTA
E ATRAIREI PARA TI OS CORAÇÕES.
(...)

                                     Teresa do Menino Jesus e da Santa Face

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Menagem-Homenagem a Camilo Pessanha

(invoco, para o Astro, o Arcano da Estrela)

Carne de camélia, a branca enfastiada,
Aquela que de longe era Java, ou laranjeira,
Compêndios lavorava, as lavaredas liviava:
Na chamavam, à noute, a Feiticeira.

Mas quando a pétala, aberta, foi carmim,
Quando a cute era a perla, e a perla, a ridente,
Liberta foi a serpe, e eu disse, para mim:
«Eu vi, com olhos vi, eu vi uma Vidente.»

MENS AGITAT MOLEM

PAULO JORGE BRITO E ABREU