terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Tarde



Se a tarde parecer estranha,
Se for tarde demais,
Não deixes a montanha,
Detém-te um pouco mais.

Detém-te na descida,
Deslumbra-te a olhar:
Já nada tem medida,
Nem há tempo a passar.

Se a tarde delirar,
Não busques a manhã:
É cedo pra acordar
E a lucidez é vã.

26/2/2013

Fernando Henrique de Passos

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sangue-Relíquia

UMA MEDITAÇÃO POSSÍVEL
SOBRE A SANTIDADE DO BEATO JOÃO PAULO II*


Padre José Nuno Ferreira da Silva

«(…) Ele foi o Papa que o mundo pôde ver ensanguentado por amor do mundo, num momento crucial, quase no início do seu longuíssimo pontificado, a 13 de Maio de 1981, quando, em plena Praça de São Pedro, sofreu o atentado que veio a definir o sentido do seu percurso, vinculando-o a Fátima e à sua Mensagem, nomeadamente à terceira parte do Segredo que, por sua iniciativa, foi divulgado no ano 2000, oferecendo a imagem de um bispo de branco, caindo sob o fogo de armas.
Um Papa em sangue. João Paulo II ofereceu, aos olhos dos homens deste tempo, algo já esquecido nas lonjuras da Igreja nascente: o sangue de um sucessor de Pedro. Escolher o seu sangue como relíquia é trazer para o século XXI a lembrança do sinal de contradição que o acontecimento do atentado constituiu nos fins do século XX. A sua vida como Papa, sabemo-lo, obedeceu a esse desígnio: introduzir a Igreja no terceiro milénio.

O seu sangue, de ora em diante exposto à compreensão ou à incompreensão dos homens, crentes ou não, reveste-se de grande significado, convoca, para o milénio que começa, a trama global em que viveu o seu múnus pontifício. Discípulo de Cristo e seu Vigário, da chamada a concretizar nestes tempos a missão do primeiro dos apóstolos, nada de mais significativo poderia ser oferecido aos tempos, como sinal e interpelação, que o seu próprio sangue. Este permanecerá perenemente como lugar de enraizamento de um milénio que se escreve diferente desde o princípio, porque João Paulo II, Papa entre dois tempos, não temeu derramá-lo. (…)

A sua santidade é próxima, real, nada tem de etéreo ou angelismo. É de carne e de osso, de olhares e sorrisos, palavras serenas e palavras duras, palavras de compreensão e palavras de censura, palavras de compaixão e palavras de beleza... e gestos, muito gestos, muitos gestos e actos de sentido profético inesgotável. Místico, não fugiu ao mundo nem se voltou sobre si em misticismo desencarnado. Actuante, não caiu em activismo. Viajante, imobilizava-se em longos silêncios orantes.

Atlético e saudável, soube envelhecer sem se esconder nem permitir que o escondessem, como hoje tanto acontece. Confiado aos cuidados médicos e neles confiante, recusou o encarniçamento terapêutico e acolheu a morte na sua hora. A sua santidade foi uma santidade corpórea, tangível, situada no tempo e no espaço, tecida das múltiplas relações que estabeleceu, mas profundamente enraizada na experiência quotidiana da Páscoa de Cristo, acontecimento culminante da divina Misericórdia. O sangue diz a santidade totalmente humana que corria nas artérias e veias do corpo que foi e que nós vimos e ouvimos, tocámos e sentimos.

Só o sangue poderia expressar esta totalidade, porque só o sangue não é dizível como uma parte do corpo que a pessoa é. O sangue chega a todo o corpo. Chegou a todo o corpo que João Paulo II foi, naturalmente bombeado por um coração incansável, levando e trazendo, cumprindo a troca que possibilita a vida; só o sangue, elemento corpóreo culturalmente símbolo de martírio e doação, poderia expressar a radicalidade que em cada um dos seus compromissos foi visível. Nada como o sangue seria relíquia adequada do Beato João Paulo II. Sangue-relíquia.

É belo, também, lembrar que o sangue deste Papa, sendo sangue derramado, é sangue recebido. Sangue recebido de anónimos homens e mulheres que, na dádiva do seu próprio sangue, dão vida, como deram vida a João Paulo II, nas muitas circunstâncias da sua existência em que precisou do sangue de outros para continuar vivo, nomeadamente na sequência do atentado. Quem seriam? Quem terá, sem o saber, dado do seu sangue ao Papa?

Toda a tradição bíblica do sangue como princípio de vida e, em Jesus, princípio de vida nova, oferece um horizonte de compreensão para visitarmos a relíquia do sangue do Papa de todas as gentes, que todo o mundo visitou. O sangue do Papa das gentes resulta da mistura dos sangues de pessoas várias, em momentos críticos vários da sua existência. Sangue derramado que é sangue recebido, que é sangue dado.

A relíquia surge, assim, liberta de toda e qualquer enviesamento de interpretação pietista ou marcada pela superstição, como uma narrativa de amor, expressão do elevado patamar de comunhão, tão global quanto interpessoal, que este Pastor universal atingiu. (…)»

José Nuno Ferreira da Silva**

* Internet, Paróquia de S. Cosme, Gondomar (excertos).
** O Pe. José Nuno nasceu em 1964 em Gondomar, é Licenciado em Teologia e Doutorado em Bioética pela Universidade Católica. Actualmente, é Capelão do Hospital de São João no Porto e Coordenador das capelanias hospitalares.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Beijo sacro











Tínhamos a hora marcada.
Em páginas que deliravam,
estava escrito um sonho de amor.
Esperávamos o encontro único,
com a bênção do céu, só para nós.
O dia debruçava-se sobre o mar,
cobrindo-se de chuva suave.
A noite, ao abrir-se de par em par,
parecia uma janela solta a bater,
mas o som era de sinos a badalar…
Eu, com a altura de uma asa de andorinha,
tu, com olhos de falcão a buscar-me no sorriso.
E demos o beijo sacro. Foi lacrada a união.
Num dia dezanove de Fevereiro… 

19 de Fevereiro de 2013 (19 anos depois do nosso matrimónio)
                                         
Teresa Ferrer Passos

Dia dezanove, há dezanove anos














Feitiço do frio de Fevereiro:
Sinto-me diferente ao acordar.
Magia do calendário feiticeiro:
É dia dezanove e vou-me casar.

As janelas do meu quarto de solteiro
Abrem-se sozinhas de par em par.
Entra o fulgor do sol de Fevereiro
Que me vem saudar.

Sinto no corpo um formigueiro,
Quero já sair, mal posso esperar.
Hoje é dezanove de Fevereiro:
Temos um encontro em frente ao altar…

19/2/2013

Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Dia dos Namorados / 2013


No Dia dos Namorados,
No Dia de S. Valentim,
Com mil cuidados
Marcamos um encontro,
Um encontro secreto no jardim.

Ao meio-dia em ponto
Do Dia de S. Valentim
Junto à fonte antiga
Sorris para mim
E és de novo rapariga
E somos namorados
Pois cada um dos beijos por nós trocados
(Felicidade)
É um ano a menos na nossa idade.

14/2/2013

Fernando Henrique de Passos

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Dia Mundial do Doente


A data foi instituída a 11 de Fevereiro de 1992, pelo Papa João Paulo II.
Na carta de instituição do Dia Mundial do Doente, João Paulo II lembrou que a data representa «um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade»

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Criacionismo

Biblioteca barroca do Klementinum, Praga, República Checa

ao grupo e ao grémio da Filosofia Portuguesa
(avoco, para a Musa, o 6 de Paus como Arcano)


A criança criadora
Tem o Mito (eu bem no sei)
Por senhor e por senhora.
E na Lira a sua lei

São elfos, deuses e gnomos,
Mar de leite e Poesia,
E da Madre o Sal e pomos
São da barca de Maria.

Que na casta desse mel
Algo mantra, que é mistério...
Ser criança é ser fiel,
Ser adulto, o adultério.

IN HERBIS ET IN VERBIS

Paulo Jorge Brito e Abreu

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Génesis



No centro augusto do Mediterrâneo,
Num bafo de azul meridional,
Um subtil satã subterrâneo
Soltou as centopeias no quintal.

Um rectilíneo rasgão meridiano
Do arcanjo da luz patriarcal
Decepou da cobra por engano
O arranjo da sombra original.

Rangendo as rodas sobre os diamantes
Passou a quadriga triunfal.
As andorinhas voaram como dantes:
Só foram novas as novas do jornal.

3/2/2013

Fernando Henrique de Passos

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Relativismo moral

Na sua forma mais comum, trata-se de um problema de preguiça mental, uma mistura de falta de tempo e paciência para ler, estudar e pensar; uma falsa interpretação do que significa ser humilde ("quem sou eu para dizer o que é verdade?"); e uma falsa interpretação do que significa ser tolerante ("quem sou eu para impor a verdade"?) 
Nesta primeira intervenção na opinião da tarde, proponho uma batalha sem tréguas contra o relativismo moral. 
O bem e o mal existem: não somente em filmes como "A Guerra das Estrelas" mas também em múltiplas decisões do dia a dia. 
Não se trata de ser intolerante ao ponto de impor a verdade aos outros. Trata-se de ser coerente, propondo sem descanso o que cremos como valores perenes e absolutos. 

Luís Cabral 
(aos microfones da Rádio Renascença, a 29/1/2013) 



A sociedade actual tem a memória cada vez mais a apagar-se da verdade e a mergulhar num labirinto de verdades.

Teresa Ferrer Passos

Onde está a Ética da Justiça?*



É uma prepotência a decisão deste tribunal obrigar os pais pobres a perder filhos entre os seis meses e os sete anos, com vista à sua adopção por outros casais, estes ricos! O critério do bem-estar da criança não pode só obedecer a razões de ordem material. A sua retirada da custódia dos pais não deve obedecer só a razões de ordem material! Parte o tribunal, parece-nos, do princípio de que os bens materiais são o único alicerce para a felicidade humana! E não são! Este tribunal entende que todos os outros bens que uns pais pobres podem oferecer, nada valem, em relação aos bens materiais! A Ética está a desaparecer das decisões judiciárias. A injustiça vai-se impondo e apagando os princípios fundamentais da Justiça...

Teresa Ferrer Passos

*Ver notícia da Rádio Renascença

sábado, 26 de janeiro de 2013

Só é permitida a entrada a pessoas não autorizadas



O vento que sai das frinchas do castelo
Tacteia a montanha, que se eriça.
O vento uiva, como num apelo;
Desce devagar a ponte levadiça.

Esboça-se no ar uma promessa,
Que logo o letreiro vem negar.
Desceu a ponte ‒ ninguém a atravessa;
Tudo é deserto, frio a soluçar.

O agrimensor, trágico, espera,
Consulta um alfarrábio poeirento
E pensa sem cessar. Ah, quem lhe dera
Poder dispensar o pensamento!

26/1/2013

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

No dia dos teus anos













É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Nasceste cheio de alegria
para traçar a construção sem fim,
toda vida, na procura incerta,
na via dos caminhos, na do abismo,
nas horas da esperança, na do desespero,
no ganhar e no perder,
na plena confiança e na dúvida.

É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Num dia chuvoso como hoje,
sereno e mais frio,
poucos dias depois do Natal,
o Natal de Jesus que nasceu
“para construir o reino”,
sem abrigo certo, sem medo.

É o dia dos teus anos.
Nasceste para “construir o reino”.
Por isso, aqui estou.
Aqui estou, para contigo “construir o reino”
de braços abertos como um mar,
sem paredes que cerquem,
sem amarras que tolham,
apenas, indefesos e livres…

14/1/2013

                            Teresa Ferrer Passos

sábado, 12 de janeiro de 2013

Nascimento de Jesus


«Deus, fazendo-se carne, quis fazer-se dom para os homens, deu-se a si próprio por nós».
(…) «Deus não deu qualquer coisa mas deu-se a si próprio no seu filho unigénito»

«Aqui, a palavra “carne” indica o homem na sua integralidade,, nomeadamente na sua “caducidade e temporalidade”, “pobreza e contingência”».

Deus «assumiu a condição humana para a sanar de tudo o que a separa dele» e desejou «a riqueza imensa e inesgotável que é Cristo, o Deus feito homem».

«Revesti-vos de Cristo! E, com Ele, o vosso Ano Novo não poderá deixar de ser feliz».
                         
Bento XVI (Catequese semanal
sobre o Nascimento de Jesus
 em 9 de Janeiro de 2013)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

De cada dia, um dia*


Começa a tua vida de cada dia, como se não tivesses antes,

como se fosses uma criança que começa a cada momento,

sem nada saber do passado, mas que tacteia o mundo

cheia de ousadia, de desejo de descobrir, 

e procura caminhos onde vê pedras,

e salta por obstáculos como se fossem amparos,

e anda, mesmo caindo e chorando,

para depois se levantar e começar a rir

como se não tivesse caído…

Encara a tua vida de cada dia como uma criança

que vive como se cada dificuldade não envolvesse

perda, mas ganho, como se a vida começasse

a cada instante, sem princípio nem fim…

9 de Janeiro de 2013

                                    Teresa Ferrer Passos


* Em 9 de Janeiro de 2013 foi publicado na Internet, blogue “Harmonia do Mundo”, este excerto do meu romance Jesus até ao fundo do coração, ainda inédito. O título desta oração foi dado na mesma data. 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Madrugada



(avoco, para a Musa, o 6 de Paus como Arcano)

à Hermética Irmandade dos Amigos da Luz

Amor, que em santas plagas me dás, ó querida,
O lábaro e Levita, as laudas, o canto,
A Lira tu me dás em Outono da vida,
E sem mágoas nem dor, tu bailas entretanto.

Minha meiga d' Amor, ó minh' Alma de Almada,
Ó sépalas tombando branquinhas, em cor......
Ó pomba, minha pomba, não vês, em alvorada,
A criança, querida, nos braços d' honor???

Sente as áleas, ó frol. Em castas e Menas
A Lua foi dália, as Almas dançaram......
Se fez o dia a neve, e em círios, ou cenas,
Se fez a noite nácar. E sinos tocaram.

MENS AGITAT MOLEM

Paulo Jorge Brito e Abreu

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ensina-me a viver



«Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo prá você: não pense. Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia. Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.

Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.

Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio! Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou?

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.

Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende."

Cora Coralina*

* Poetisa brasileira (1889-1985) que publicou o seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, aos 76 anos. Foi considerada uma das obras mais importantes do século XX.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Novo Ano



Para que reine a paz entre todos os homens e mulheres
deste planeta a que chamamos terra... construamos a hora do Amor!!!
É a hora da fraternidade e não da perseguição aos desprotegidos.
É a hora de dividir e não de tirar o pão aos que se perderam dele…
Para que um Novo Ano nos ofereça dias promissores,
rumo a um futuro em que sejamos capazes de construir um mundo novo,
em que sejamos mais o exemplo do que a teoria,
em que voltemos a venerar as consciências não corrompidas!
É a hora de revisitar o humano e não de o violentar!
É a hora de repor a justiça e não de a escorraçar!
Mesmo vendo erguidos, há décadas, tantos chicotes…
saibamos, suportando o jugo, resistir, ainda!

Teresa Ferrer Passos

domingo, 30 de dezembro de 2012

Pergunta



Paro à entrada da pergunta
Caverna tão vazia que a custo tem paredes
Povoada de palavras errantes no seu erro
Tão vazias como a própria caverna que as alberga
Cada uma contendo apenas mais palavras
Soltas ocas e distantes

Desolação
Sonho de respostas sob a forma
De grandes galerias resguardadas
Forradas do musgo de redes de palavras
Se houvesse palavras com sentido

Paro à entrada da pergunta
E todo o frio do universo me congela os lábios
E as galáxias são cemitérios de frases e cristais

Bastava entrar lá dentro
Atravessar a atmosfera rarefeita
Escutar os ecos das estrelas

Paro à entrada da pergunta
Não vou em frente
Seria preciso conseguir falar
Sem proferir palavras

E o mistério permanece
Esperando quem saiba interrogar o silêncio com silêncio
Para revelar a resposta oculta atrás do nada

29/12/2012

Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Pão Nosso de Cada Dia



«Jesus sabe, por experiência, quanto custa fazer a vontade do Pai, também "conhece a nossa fraqueza", então "buscou um meio admirável por onde nos mostrou o máximo de amor que nos tem e, em Seu nome e no de Seus irmãos, fez esta petição: 'O pão nosso de cada dia nos dai hoje, Senhor'". Jesus fez-se pão para todos. Para Teresa a Eucaristia é a expressão máxima e permanente da "submissão" amorosa de Jesus a seu Pai. Desta maneira revela-nos qual é a vontade do Pai e anima-nos e capacita-nos para nós a vivermos.»

Jeremias Carlos Vechina, Revista de Espiritualidade
(as citações são de Santa Teresa de Jesus)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um Conselho da Diáspora para Portugal



O Presidente da República Cavaco Silva constituiu o Conselho da Diáspora e empossou os seus membros fundadores. Este Conselho é presidido pelo grande economista e empresário português Filipe de Botton.

Criado com vista a fomentar no estrangeiro uma nova e vigorosa imagem de Portugal, o Conselho é formado por 23 fundadores e 300 membros. O objectivo deste grupo de portugueses é desenvolver, como defendia Fernando Pessoa, a propaganda de Portugal nos mais diversos países do mundo.

Um combate globalizante feito por esses portugueses para incentivar o investimento estrangeiro no nosso país, numa época de grave crise económica e social, é, sem dúvida, uma pedrada no charco.

Este Conselho chamado, significativamente, da Diáspora, que significa povo disperso pelo mundo,  dá corpo a uma ambição que o Presidente da República “tem vindo a estimular”, tendo como trave mestra “uma rede de talentos e competências que existem nas comunidades portuguesas, no domínio da economia, das artes, da ciência e da política”.

Criar “uma rede de influência mundial” para “aproveitar o melhor de Portugal fora do país para dar mais credibilidade” às condições que aqui podem vir a encontrar. O presidente da Direcção do Conselho da Diáspora, Filipe de Botton, um excelente administrador na área do investimento e da produção nacionais, acentuou que “o reforço das relações das comunidades portuguesas e de luso descendentes espalhados pelo mundo tem sido uma prioridade dos meus mandatos desde o primeiro dia”.

Que o Conselho da Diáspora crie raízes e a árvore cresça na fértil terra que é Portugal. Assim será, se lhe juntarmos a dinâmica dos melhores portugueses que, na Diáspora, ainda podem reconstruir Portugal. Agora, a partir do disperso ou da sua diáspora no mundo.

27/12/2012
Teresa Ferrer Passos