Paro à entrada da pergunta
Caverna tão vazia que a custo tem paredes
Povoada de palavras errantes no seu erro
Tão vazias como a própria caverna que as alberga
Cada uma contendo apenas mais palavras
Soltas ocas e distantes
Desolação
Sonho de respostas sob a forma
De grandes galerias resguardadas
Forradas do musgo de redes de palavras
Se houvesse palavras com sentido
Paro à entrada da pergunta
E todo o frio do universo me congela os lábios
E as galáxias são cemitérios de frases e cristais
Bastava entrar lá dentro
Atravessar a atmosfera rarefeita
Escutar os ecos das estrelas
Paro à entrada da pergunta
Não vou em frente
Seria preciso conseguir falar
Sem proferir palavras
E o mistério permanece
Esperando quem saiba interrogar o silêncio com silêncio
Para revelar a resposta oculta atrás do nada
29/12/2012
Fernando Henrique de Passos
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