Mostrar mensagens com a etiqueta delírio. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta delírio. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 11 de junho de 2013

Psicanálise sideral



Um sono pesado do lado estranho da montanha
De pé no estrado por cima do rio
Na mão o machado sobre a lenha
O fio da lâmina metalizando o frio

O peso do castelo no ângulo azul do horizonte
A massa de argila lodosa ao pé do barro
A água suspensa do escorregar da fonte
O caminho estreito do burro atrás do carro

A taça que cintila no estalar da luz no arvoredo
O delírio do ídolo das fadas no terraço:
Varandas penduradas sobre os mundos imensos do segredo:
Terror nocturno da solidão do espaço


10/6/2013

Fernando Henrique de Passos

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Tarde



Se a tarde parecer estranha,
Se for tarde demais,
Não deixes a montanha,
Detém-te um pouco mais.

Detém-te na descida,
Deslumbra-te a olhar:
Já nada tem medida,
Nem há tempo a passar.

Se a tarde delirar,
Não busques a manhã:
É cedo pra acordar
E a lucidez é vã.

26/2/2013

Fernando Henrique de Passos