quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dalila

à memória de Dalila Pereira da Costa

Os pés nus de sal no mar que se dissolvem
Cabelos soltos longos de bruma vento e sonho
Dedos que tocam com força e com carinho
Fragmentos de papel à tona d’água
As folhas dos livros as lombadas
A biblioteca que se mistura com as algas

A vestal de búzios entre as mãos
Aguarda a distância o chamamento o horizonte
O aproximar das linhas infinitas
O poeta que um dia surgirá por entre as ondas
E trará já não mensagens mas respostas
Respostas que virão de outros passados

Fitando um só futuro
Ela mergulha (é quase a Hora)
E faz já parte dessas lendas
Que húmidas darão à costa um dia
E nos despertarão

1/6/2012

Fernando Henrique de Passos

in Nova Águia, Nº 10 - 2º Semestre 2012, p. 64

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