terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inspirado em Mário de Sá-Carneiro



(invoco, para o Dependurado, a Estela Estelar)

O estúpido enganado, o indecente,
Afinal, que passou a vida a correr,
O casaco sem pele, o rapazinho sem dente,
O aborto renovado cada vez a nascer...

Em lugar de Senhor Doutor, o grande inebriado,
O mendigo pela rua a pedir explicações
Dos Bons que não teve nas suas boas acções,
- A candura inefável dum menino escorraçado...

O esqueleto que dorme de papo prò ar,
O moreno disfarçado pela ânsia de Luar,
O maluco sem loucura... a Ética ao deus Baco...

O estranho por toda a parte... Ainda que parta
Pelos mares sem fim amaldiçoando Esparta,
O menino benevolente... o hippie sem tabaco...

Lisboa, 03/ 10/ 1978

SIC ITUR AD ASTRA

Paulo Jorge Brito e Abreu

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