S. João de Deus com um doente ao colo |
Não
vamos apagar os santos por causa de Cristo, nem Cristo por causa dos santos.
Cristo
pode ser sempre um caminho para a santidade, assim como o santo pode ser sempre
um caminho para Cristo.
Num
santo, há momentos mais ditados pelo céu do que pela terra.
Não há que excluir o contacto com os
santos naqueles que se dirigem ao santo para lhe fazer um pedido especial. Há,
antes, que reavivar naquele que se lhe dirige, o significado verdadeiro dessa
veneração perante a sua imagem nos altares. Muitas vezes, há igrejas construídas
sob a invocação de um santo.
Ora, isto não significa que nessa
escolha eclesial não esteja presente, como figura central do cristianismo, o
próprio Cristo. Esta invocação é uma homenagem ao santo, porque viveu conforme
Cristo e deu testemunho d’Ele. Por isso, às vezes, até a sua imagem está no
altar-mor da igreja, o que significa sobretudo que esse santo é um caminho para
Cristo e não que se substituiu a Cristo.
É isto que é preciso esclarecer junto
de quem os venera, pedindo-lhes favores. De facto, os santos são exemplos de
vida cristã. A leitura dos santos anteriores à vida de muitos outros santos,
foi um facto importantíssimo na história da hagiografia. De tal maneira
importante, que conduziu a sua vida a ser mais tarde também ela reconhecida como
santa, pela Igreja Católica. Lembramo-nos de que muitos santos surgiram,
precisamente, da pedagogia deixada por santos de tempos anteriores.
Não se deve, por isso, excluir a
importância do santo no Cristianismo, porque o santo é essencialmente aquele
que foi capaz de seguir Cristo até ao limite. Portanto, o problema do culto dos
santos não está na invocação de um imagem que se encontra no pequeno ou grande
altar de uma igreja. Está sim no facto de essa invocação, esse culto, só servir
para solicitar uma dádiva, quando se precisa. Fica à parte o seu exemplo de
seguidor de Cristo.
A Igreja Católica terá de fazer uma
grande evangelização da santidade, salientando a importância que cada santo
teve ou tem na nossa época. O seu testemunho deixado pelo contemporâneos, as
suas cartas, as suas autobiografias, os seus escritos, em suma, têm de ser relembrados
e reavaliados. Se não fosse importante ser santo, Jesus Cristo teria pregado
sozinho. Os seus apóstolos deveriam, para Ele, ser santos, ou seja, exemplos a ser
seguidos. E, porque não, invocados também nas horas difíceis da vida.
18 de Novembro de 2012
Teresa
Ferrer Passos
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