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domingo, 3 de maio de 2015

Procuramos a paz, Mãe



Mãe, dá-nos a Tua paz, a Tua paz imensa.
A Tua paz de esperança e de ternura dá-nos, oh Mãe!
A Tua paz suave como a chuva silenciosa nos cubra o espírito medroso, inseguro. A Tua paz cheia de Deus nos invada como um relâmpago e incendei o nosso corpo todo.
Em Ti, Mãe, ouvimos murmúrios sem os distinguirmos bem, inábeis nós, inábeis somos, Mãe. Como escutar Teus lábios de ternura a inscrever-se na carne quase surda, Mãe?
Como sentir vinda de Ti, na nossa pele, aquela mãe terrena de que Tu és a súmula eterna? Aquela mãe de que Tu te tornaste a Verdade e a Vida, depois de Jesus te eleger Nossa Mãe?
Mãe. Dá-nos uma paz nova que penetre até ao fundo o nosso coração trémulo e a palpitar. Mãe, presença feita da paz do Céu, ouvi a nossa prece, a prece da saudade de te ver ao pé de nós, como se aqui, na terra, já tivéssemos entrado no Teu Reino e descobríssemos a nossa mãe da terra, tão igual a Vós. Trazei a Vossa paz até cada um dos nossos atos, como se cada um deles fosse movido pelo exemplo da Tua paz, oh Mãe.

1 de Maio de 2015 (Dia da mãe)

                                                              Teresa Ferrer Passos

domingo, 21 de setembro de 2014

Contigo...

Enfermeira Natércia Ferrer

«... O teu corpo mudo. E afinal aprendi, estou a aprender a falar contigo sem tu me poderes dizer nada. Invento os sorrisos que não és capaz de esboçar, encontro as palavras que desejavas dizer-me, descubro a vontade que não expressas, mas te vai na alma. És um corpo iluminado pelo meu olhar sagaz, estonteado, revolto. (...)»

         Teresa Bernardino (ortónimo de Teresa Ferrer Passos) in Carta-Memória à Mãe, 2000 (por ocasião do 10º aniversário da morte de Natércia Paz Ferrer, minha mãe)

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vazio de mãe


«Na casa há vozes de silêncio. Não se escutam. Não alertam. Não dão as mãos. Nem a boca para o suave beijar. As mãos, a boca, os lábios estão vazios de palavras ditas, reditas sem cessar. E a doçura é amarga sensação de tortura ou náusea ou dor sofrida, magoada. Só. Aqui. Entre móveis paredes objectos emudecidos pela tua ausência» (1 de Julho de 1990)

                Teresa Bernardino (ortónimo de Teresa Ferrer Passos) in Carta-Memória à Mãe, 2000 (por ocasião do 10º aniversário da morte de Natércia Paz Ferrer, minha mãe)

domingo, 27 de outubro de 2013

Materno e terno


 (invoco, para a Madre, o Arcano e Arcaico do Sápido Sol)

Brincando Amor na relva e sobre o solo,
Era Amor o mistério da quimera,
Afastando Amor meu de mim a Fera
Pra Zeus brincar na flor, de pólo a pólo.

E crendo Amor em mim eu era Apolo
Morando em Nova, sim, e em Citera,
Amando a minha flor como quem espera
Ser deus em nuvens d'ouro, ou no seu colo.

Que Amor seja o meu preito e seja a palma,
A c'roa, a glória minha e do meu bem.
Sangra Amor no meu peito e na minh'Alma,

Sagrado é ser candor, calor a quem
Diz o sim como Alguém. Na noite calma
Serenamente dorme, ó minha Mãe.

Tomar, 09/ 05/ 1993

AMOR MAGISTER EST OPTIMUS


Paulo Jorge Brito e Abreu

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Lei para adopção de crianças por casais homossexuais? *




«A vida transforma os segredos possuídos
pela sociedade em perigo como um voto de
 advertência. A realidade do mundo obstina-se
em fugir à compreensão do corpo amado»

Nuno Júdice, Obra Poética (1972-1985)


     Toda a criança tem geneticamente um pai e uma mãe. Como se pode defender que a criança seja adoptada por dois homens – dois pais –, ou por duas mulheres –  duas mães –, desde os seus primeiros anos de vida?

     Se nesta faixa etária não se pode pergunta à criança se concorda ou não com aquela adopção, nem tão pouco explicar porque vai ser inserida numa família só com dois pais, ou só com duas mães, o que se está a fazer?

     Em primeiro lugar, oferece-se uma mentira à criança, uma mentira sobre a sua origem genética, sobre a sua origem existencial. Na verdade, a criança não merece que lhe “mintam” (no sentido de omitir a verdade) sobre as suas raízes de vida, sobre os autores do seu nascimento, tão estruturantes da personalidade.

     A verdade é que toda a criança teve um pai e teve uma mãe. Não pode nascer de outro modo. Perdoará ela, um dia, a falsidade, o desrespeito pela sua verdade originária, o ponto mais alto da sua dignidade humana? E, além disso, não soçobrará a sua vida bamboleante numa personalidade desestruturada, com os emergentes conflitos quase insuperáveis no seu carácter?

     A criança é um ser frágil que necessita de ser muito amado, mas não se deve fazê-la alcançar essa finalidade, sem ter em conta a sua própria palavra. Não é legítimo usar a criança indefesa para satisfazer interesses imediatos de uma sociedade à beira de se auto-aniquilar, qual Sísifo, na busca sem travão da felicidade. 

17 de Maio de 2013

                                                                                                    
Teresa Ferrer Passos


* O  projecto de lei n.º 278/XII do PS foi aprovado na generalidade com 99 votos a favor e 94 contra, além de nove abstenções.

domingo, 5 de maio de 2013

A Nossa Senhora do Perpétuo Socorro



Mãe querida, desde a minha juventude
A tua doce Imagem encantou-me o coração
No teu olhar eu lia a ternura
E junto de ti achava a felicidade

                 Santa Teresa do Menino Jesus




quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Sorriso de Maria

Escuto e envolvo-me na ausência de qualquer som.
É noite no santuário. A capelinha parece abandonada.
As portas de vidro fustigadas pela chuva não estremecem.
A imagem de Maria sorri, sorri apenas para as estrelas vigilantes.
O seu olhar sereno descai lentamente no mar do silêncio.
É noite em Fátima. O sino da Basílica silenciou-se.
Ao longe, caminha uma velha mulher. Procura um abrigo.
Está ali, só como Maria. Só com um cesto na mão.
De súbito, sente que está perto da Mãe procurada.
Olha a capelinha apagada. Descobre, no véu de água
O sorriso de Maria. Ali está a Mãe reencontrada!
E, a tropeçar no aguaceiro, arrastando os pés doridos,
Sorri também. Suspira fundo de alívio. Como se sente
Perto daquele sorriso de Mãe tão Amorável!

30 de Março de 2012

                                                   Teresa Ferrer Passos