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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

No 1º Centenário da Morte de Mário de Sá-Carneiro


Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quási vivido...

Do poema "Quási" de Mário de Sá-Carneiro in «Dispersão»
Edições Presença, 2ª edição, 1939, p. 47.



terça-feira, 7 de julho de 2015

Na morte de Maria Barroso Soares



Maria Barroso (1925-2015) - A memória viva

Maria Barroso Soares à saída da visita a José Sócrates.

No dia 18 de Janeiro de 2015, Maria Barroso Soares visita o ex-Primeiro-Ministro José Sócrates detido na prisão de Évora, sem culpa formada. Acreditando na sua inocência, Maria Barroso afirmou: "Estou triste por vê-lo nestas circunstâncias injustas e inacreditáveis". E acrescenta: "Eu tenho a certeza de que ele está inocente. Uma pessoa desta honestidade, desta qualidade, não pode deixar de estar inocente".

Assim, no seu espírito de solidariedade e comunhão com o próximo, Maria Barroso juntava-se então à visita de seu marido, o Dr. Mário Soares. Ambos, capazes de estender a mão a um amigo e correligionário, agora com graves acusações do Ministério Público e a viver as agruras de um prisioneiro.

Este o último, mas talvez também o mais alto ato público de Maria Barroso Soares, poucos meses antes da morte. A nossa homenagem à Mulher de alma de ouro.

7 de Julho de 2015
                                                      Teresa Ferrer Passos

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vazio de mãe


«Na casa há vozes de silêncio. Não se escutam. Não alertam. Não dão as mãos. Nem a boca para o suave beijar. As mãos, a boca, os lábios estão vazios de palavras ditas, reditas sem cessar. E a doçura é amarga sensação de tortura ou náusea ou dor sofrida, magoada. Só. Aqui. Entre móveis paredes objectos emudecidos pela tua ausência» (1 de Julho de 1990)

                Teresa Bernardino (ortónimo de Teresa Ferrer Passos) in Carta-Memória à Mãe, 2000 (por ocasião do 10º aniversário da morte de Natércia Paz Ferrer, minha mãe)

sábado, 16 de agosto de 2014

Esvaziada sociedade, hoje...

Salvador Dali

"Os dois grandes produtores de dinheiro são a droga e a pornografia.”

"Vivemos num dos períodos mais selvagens da História".

"Há hoje mais crianças escravizadas, morrendo de doenças e de fome

do que alguma vez houve".

"Muitos intelectuais estão fascinados pela violência e pela crueldade".

                                                                    George Steiner

Fonte: V Conferências Internacionais de Filosofia e Epistemologia
do Instituto Piaget, em Viseu (Agosto/2014) 


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Evocação do Poeta Joaquim Evónio (1938-2012)


LISBOA 94



O preto e o branco
desfraldados,
são um poema as cores de Lisboa…
O branco europeu
mais o negro africano
deram-se as ondas, mãos,
braços do Oceano,
e foram tão longe!

              Joaquim Evónio*

* Colaborador da revista Gazeta (de Poesia) do Mundo de Língua Portuguesa (1994-1996)

«In Memoriam» Joaquim Evónio


«Afinal de contas, o que é Deus?
Uma criança eterna jogando
um jogo eterno num eterno jardim.»

 Shrî Aurobindo



(invoco, para o Dependurado,

o Arcano e Arcaico do Sápido Sol)

I

Alteavas, qual Pessoa,
O astrolábio duma Astarte,
E era Apolo que abençoa,
Era o Sol, engenho e Arte.

E suflavas o aflante,
Era o Sopro alma Deméter,
Era a terra do amante
E era o lírio como Éter.

II

Que ela é verde, verde e vedra,
Ela é Musa não amara,
Que há palavras qual a pedra
E há palavras qual seara.

E na «Mater»-matrimónio
Foste o Sal e a Soidade……
Foste Azul, meu caro Evónio:
És feliz Eternidade.

Armação de Pêra, 15/ 07/ 2012

IN HERBIS ET IN VERBIS

Paulo Jorge Brito e Abreu