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domingo, 21 de setembro de 2014

Contigo...

Enfermeira Natércia Ferrer

«... O teu corpo mudo. E afinal aprendi, estou a aprender a falar contigo sem tu me poderes dizer nada. Invento os sorrisos que não és capaz de esboçar, encontro as palavras que desejavas dizer-me, descubro a vontade que não expressas, mas te vai na alma. És um corpo iluminado pelo meu olhar sagaz, estonteado, revolto. (...)»

         Teresa Bernardino (ortónimo de Teresa Ferrer Passos) in Carta-Memória à Mãe, 2000 (por ocasião do 10º aniversário da morte de Natércia Paz Ferrer, minha mãe)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Teoria da Percolação


Um canal… Outro canal…
Microperfuração da massa empedernida,
Da alma atulhada de lixo em forma fóssil.
Um canal… Outro canal…
O esforço dos dias baptizados pela dor,
A broca fina escavando galerias,
O sonho de um caminho ininterrupto
Desde o Alto até ao coração.
Um canal… Outro canal…
– E a água corre, finalmente.
Ainda gota a gota, por enquanto,
Mas anunciando já a força da torrente
Que arrastará consigo o espaço-tempo
E nos trará o Reino que esperámos tanto.


13/3/2014

Fernando Henrique de Passos

terça-feira, 26 de novembro de 2013

No fundo de nós, a paciência


«(…) que aquele que carrega um pesado fardo não se esgote excessivamente no começo, mas, de vez em quando, deponha o fardo no chão, sentando-se ele mesmo ao seu lado, a fim de ganhar novas forças para o carregar; que aquele que trabalha pacientemente o seu campo espere pela chuva tardia e pela temporã, até chegar a colheita; que aquele que adquire o seu sustento pelo comércio se sente junto às suas mercadorias e espere pacientemente até que chegue o comprador e até que este venha pagar; que aquele que estende a sua armadilha para os pássaros espere todo o dia até ao fim da tarde e se sente pacientemente junto à sua armadilha, sem se mexer, até que eles venham; que aquele que vai buscar o seu alimento ao fundo do mar espere pacientemente com a sua linha durante todo o dia (…)»
                              
         Soren Kierkegaard, Adquirir A Sua Alma Na Paciência

sábado, 4 de maio de 2013

Que palavra, Senhor?


Pequeno rio à volta de Alportel
  
As palavras crescem como mapas-mundo inomináveis,
crescem como rios cheios de viscosos laços,
crescem como martírios, Senhor!
Palavras em busca de palavras, não sabem ver-Te,
mesmo aqui!
Vem, Senhor, trazei-me a delícia das Vossas palavras
que as minhas… não!
Senhor vem, depressa, em meu socorro!
Dizei-me: Onde estais,
em que simples palavra?
Giro à Vossa procura, e procuro uma só palavra Vossa
e morro porque não a escuto, ela não está aqui!
Tende piedade, Senhor!
Na poeira de tantas palavras, não há senão palavras
que não são Vossas, mas vãs...
E procuro mesmo assim a palavra, arrastando a alma já caída
como um tronco de árvore entontecido de  amor
e sem palavras de céu, de oração!                              
Pobre, como eu, sem ter nada, nem sequer uma palavra
para Vos oferecer, Senhor…

20 de Abril de 2013

                                                        Teresa Ferrer Passos

sábado, 13 de abril de 2013

O “PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU…” e SANTA TERESA DE ÁVILA




«E para Teresa o céu é a alma (...). “Neste pequenino palácio da minha alma cabe tão grande Rei (…) Que coisa maravilhosa! Aquele que poderia encher muito mais de mil mundos com a Sua grandeza vem encerrar-se numa coisa tão pequena”»

                                   Renato Pereira «O Pai-nosso de cada dia»
          in Revista de Espiritualidade, nº 81, Jan/Março 2013, p.25.