Estático defronte do mistério
Mastigas o ar gelado de Avalon.
O perigo é o conforto.
– Cuidado! – Um sofá a nor-noroeste!
As facas de chuva rasgam-te a camisa
E o vapor sobe do lago com volúpia.
– Cuidado! – O perigo é a poesia!
Extático defronte da miragem
Que dança no horizonte frio do desespero.
O perigo é bioquímico.
– Cuidado! – Um café na retaguarda!
Apaga o sonho ao pé da água –
O perigo é o fumo do pinheiro
Quando o sono deambula calmamente
Nos ramos translúcidos parados
Na superfície líquida do espelho.
29/1/2014
Fernando Henrique de Passos