sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Campo de forças



Estático defronte do mistério
Mastigas o ar gelado de Avalon.
O perigo é o conforto.
– Cuidado! – Um sofá a nor-noroeste!

As facas de chuva rasgam-te a camisa
E o vapor sobe do lago com volúpia.
– Cuidado! – O perigo é a poesia!

Extático defronte da miragem
Que dança no horizonte frio do desespero.
O perigo é bioquímico.
– Cuidado! – Um café na retaguarda!

Apaga o sonho ao pé da água –
O perigo é o fumo do pinheiro
Quando o sono deambula calmamente
Nos ramos translúcidos parados
Na superfície líquida do espelho.

29/1/2014

Fernando Henrique de Passos

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