sábado, 28 de julho de 2012

Bendito Esposo


Nas lágrimas derramadas, reconheço a tua  pureza bendita.
Nelas inscreves o pânico da separação primeira,
na casa já a perder o sentido...

Num hospital, vejo-te naquilo em que ninguém repara.
Leio-te no fundo da tua excelsa alma.

Como Deus conhece a generosidade do teu amor em mim…
Como Deus conhece as tuas trevas nas horas da tua doença…
Como Deus conhece a força do teu amor, sempre a vencê-la!

Como um mar imenso em turbilhão,
vejo irromper a tua paixão a cada instante.

Conto agora dezoito anos da nossa vida
em comum, numa comunhão tão funda,
que não sei já o que significa a palavra fim


Lisboa, 28 de Julho de 2012

Teresa Ferrer Passos

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