Ali, ao crepúsculo, vibrava o espaço numa
sinfonia
Imensa. Os sons, irreconhecíveis,
prolongavam-se
Na minha alma cansada e ansiando paz.
Ali, ao crepúsculo, o piar do cuco tímido e
choroso
Fazia-me pensar em todas as solidões do
mundo.
Mas, os sinos da igreja desviavam-me o
pensamento.
Ali, ao crepúsculo, esquecia-me de mim,
Extasiada pelo colorido azul-róseo do céu
A convocar-me a um cântico novo ao criador.
Ali, ao crepúsculo, esvoaçavam os pássaros
Com trinos rápidos, na excitação pelo fim
do dia.
E as árvores inclinavam-se às verdes folhas
paradas.
Ali, ao crepúsculo, via passar, de súbito,
a cegonha,
Pesada de esperança nas asas ávidas de
vida.
E, sem olhar para trás, rumava ao alto
ninho.
Ali, ao crepúsculo, descia à terra o
silêncio.
Então, frente à beleza do cenário,
Parecia-me que, sem saber, rezava.
15 de Julho de 2012
Teresa
Ferrer Passos
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