As estevas brancas e o joio
cresciam lado a lado.
Entre amores-perfeitos e estrelas-do-egipto
nada se distinguia com nitidez.
De mãos entrelaçadas, esperávamos
as horas silenciosas do crepúsculo.
Inflamados pelas cores azuladas das
alcachofras,
esperávamos a hora nova ou do nunca.
Depois, pela janela larga e debruçada da
casinha
Enquadrada na serra enevoada,
víamos crescer o sol,
de cansaço prostrado aos nossos pés.
Abismados, os nossos olhos sucumbiam
naquela visão
procurando ainda uma réstea de paz.
Firme como
no primeiro dia,
vimos o sol brincar às escondidas
com os contorcidos troncos
e as folhinhas da velha oliveira.
desvendámos aqui o segredo da vida:
verdes rebentos brotavam, com audácia,
da sua escavada carcaça,
inquebrantáveis de força!
S. Brás de Alportel, 1 de Julho de 2012
Teresa Ferrer Passos
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