Passais lentamente o corredor de espelhos,
O cheiro amargo da hera nas narinas,
O tapete de musgo sob os pés.
O labirinto de translúcidas molduras
Engana-vos de novo.
Os rostos ambíguos e estáticos
Trocam olhares em todos os sentidos
E sois atravessados por uma luz vegetal.
Os reflexos de cor das telas nas paredes
Perdem-se nas sombras de verde transparente
Que vós próprios projectais.
Um pouco mais e o ar ficará líquido
E nadareis na água doce e entre os limos
E a galeria de quadros madrepérola
Será soluto e vós solvente.
E, liquefeitos, cristalizareis
As cores azuladas do poente.
26/7/2012
Fernando Henrique de Passos
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