sexta-feira, 25 de novembro de 2016

No Dia Internacional da violência contra a mulher




A ética na relação homem-mulher tem de ser infundida na sociedade (a partir das escolas e das maternidades, em primeiro lugar), pois só assim se pode desenvolver um bom ambiente entre os membros de uma família. E a família são também os filhos e os pais idosos, aqueles que se seguem como vítimas da violência homem-mulher.

25 de Novembro de 2016
Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Orgulhosamente sem Deus...

Cardeal Robert Sarah (1945-...)

«O homem não pode ter a pretensão de dispensar Deus sem correr o risco de morrer e de desaparecer, pela violência que ele próprio cria, as guerras, todas as situações de conflito, de barbárie. Foi o homem que criou tudo isso, porque virou as costas a Deus, porque pensamos que somos autónomos, independentes, que podemos fazer tudo o que queremos»

19/10/2016
                                 Robert Sarah (autor de Deus ou Nada)

domingo, 20 de novembro de 2016

É assim o nosso Rei





Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte e dominador que Se impõe do alto do seu trono, que comanda tropas ou conquista terras. É celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor.

(in Facebook)
Darci Vilarinho

*

Desarmado, sem terra, com um exército de mãos vazias, Jesus Cristo, o Rei do Universo, com uma mão cheia de amor segura o mundo todo seu.

(in Facebook)

20/Novembro/2016

Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Retratação do Sol perante os planetas



Perdoai-me as sombras que provoco
Nas vossas faces ocultas e secretas
E que vos fazem orbitar em meu redor
Como fantasmas notívagos de insetos
Presos em redes invisíveis,
Como farrapos flébeis do crepúsculo
Sorvidos por vórtice de pez.

Perdoai-me, deixai-me libertar-vos
E parti pelo espaço à aventura!

17/11/2016
                            Fernando Henrique de Passos

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Conhecer-se a si próprio


«Ser aquilo que verdadeiramente somos». Esta afirmação de Kierkegaard não invalida o desejo de um indivíduo querer ser mais perfeito, o que pode levá-lo a descobrir a sua verdadeira natureza (e depois aceitá-la). Como dizia o filósofo Aristóteles (na linha de Sócrates [arte da maiêutica], a verdadeira natureza de cada pessoa pode estar escondida dela própria e, por isso, tem de ser extraída da sua interioridade. A verdadeira natureza de cada pessoa não passa apenas pelo que ela julga que é. A consequência é que não se pode invalidar o querer a mudança no seu "eu".

16/11/2016
Teresa Ferrer Passos

sábado, 12 de novembro de 2016

Poesia e mística em Leonard Cohen



Leonard Cohen, nascido em 1934, em Montréal (Canadá), morre recentemente, na mesma cidade, com oitenta e dois anos. Foi um nome de grande sucesso com "world music", a que não faltou uma forte espiritualidade. Detentor de uma cultura bíblica assinalável (de uma família judaica) esteve mesmo num mosteiro Zen. Publicou os romances «The Favorite Game» em 1963 e «Beautiful Losers», em 1966. Treze livros de poesia, entre os quais, "Death of a Lady's Man" em 1978, "Book of Merci" em 1984 e "Dance me to the end of Love" em 1995, revestiram grande merecimento. O reconhecimento literário surgiria com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras, em 2011. Ao gosto pela literatura, Leonard Cohen aliou a composição musical e o canto com grande expansão internacional. Destacamos "Hallelujah" ("Aleluia"), lançado pela primeira vez no álbum de estúdio de Cohen, "Various Positions", em 1984.

12 de Novembro de 2016
                                                   Teresa Ferrer Passos

sábado, 5 de novembro de 2016

Tinteiro de amor


Tinteiro antigo



               Ao Fernando, como no princípio…


No nosso tinteiro de largas ruas, passam rios
estreitos, com muitas fragas rasgadas e sem vida. 
Mas, cada dia, é mesmo assim, um reencontro.
Cada dia é um perfume de alecrim e de hortelã,
é o sorriso dos anos a romper,
é a tinta com que escrevemos hoje.
Cada dia é uma paz insuspeita ainda ontem,
é um imenso Sol que nos envolve na esperança,
é uma vitória à procura de nós, 
em cada madrugada.


5 de Novembro de 2016

                                        Teresa Ferrer Passos

Amor-Além





Um dia, um compromisso, a vida inteira,
A estrada do tempo estendida como esteira
Ao longo do espaço e da distância,
Além do conhecido,
Firmando a concordância
E o sentido
De duas vidas enlaçadas
Desde as primeiras madrugadas
Até ao derradeiro dia,
O interminável dia a que conduz
A conversão em luz
De todos os mistérios da filosofia.

5/11/2016

Fernando Henrique de Passos

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Dia de Fiéis Defuntos

Maria de Carvalho (1879-1973)

À Memória dos dias que passaram...

«À memória dos dias que passaram
E das sombras amadas que fugiram;
À memória daqueles que partiram,
E por vida ou por morte me deixaram;
A tudo quanto é belo neste Mundo,
A tudo quanto amei,
A tudo o que é profundo
E que foi minha lei;
À luz que me alumia,
E da noite sombria
Faz um céu constelado;
A quem me tenha amado
E a quem me queira mal;
À vida triunfal
Que desejei,
E à terra que pisei
Nos meus primeiros passos;
A todos esses laços
Que me prenderam pela vida fora;
A tudo quanto sofre e quanto chora,
A tudo que sonhei e que vivi,
E à Madre Natureza,
Pela sua beleza:

Estes humildes versos que escrevi.»
  
            Maria de Carvalho, Estrela da Tarde, Edições Ática, Lisboa, 1957, pp.7-8.

Dia de todos os Santos



Nós somos somente aquilo que damos aos outros
e o que lhes deixamos de nós.

1 de Novembro de 2016
                                                          Teresa Ferrer Passos

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Maria, a Inocência suprema


Georges Bernanos (1888-1948)

«A Virgem não teve nem triunfo nem milagres. Seu filho não permitiu que a glória humana a tocasse, ainda que com a mais ténue extremidade da sua grande asa selvagem».

«Pois afinal ela havia nascido sem pecado, que espantosa solidão! Uma fonte tão pura que ela nem podia ver nela a própria imagem.»

              Georges Bernanos, Diário de um Pároco de Aldeia (1ª edição, Paris, Plon, 1936), S.Paulo, Editora Paulus, 1999, pág. 210.



sábado, 29 de outubro de 2016

Num mundo às avessas





Num mundo às avessas, tropecei
em fogos invisíveis. Em desequilíbrio, não caí.
E o coração desordenado entrou na tua paz.

Num mundo às avessas, vi
um pequeno mundo de malmequeres.
Erguiam-se dos teus olhos cor de mel.
E as flores faltavam na nossa casa velha
e de móveis carcomidos.

Num mundo às avessas, havia afinal um pequeno
mundo de malmequeres, mesmo ali, no passeio
em frente do marco do correio.
E foi quando vi os teus olhos
mais largos do que o vento,
naquele pequeno mundo de malmequeres...

29 de Outubro de 2016

                                   Teresa Ferrer Passos

Recordação de um dia bom



Bom dia!
Vamos abrir uma fenda no espaço
Espalhar as flores que trazes no regaço
Semear versos e colher fantasia!

Bom dia!

Vamos beijar-nos como namorados
Contar galáxias do cimo de telhados
Fazer delirar a astronomia!

Bom dia!

Vamos inventar somas sem parcelas
Descobrir intersecções de paralelas
Exponenciar a alegria!

Bom dia!

Vamos entrelaçar-nos com palavras
Videira virgem e roseira brava
Partilhando a seiva e a poesia!

Bom dia!

Quero abrir a vida como uma janela
E quero-te a meu lado quando olhar por ela!
Queres ser a minha companhia?

29/10/2016


                           Fernando Henrique de Passos

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

In Memoriam de...


Poeta A. M. Couto Viana (1923-2010),
colaborador da revista Limiana (Viana do Castelo)

Soneto Breve e Leve

( in memoriam de António Manuel Couto Viana )

invoco, para a Musa minha, o 3 de Copas Arcano
Coas mãos esmigalhadas p’lo mundo da dor
Se ergue sempre o Poeta na sua fantasia.
O homem não contente cria mesmo com Amor:
Se hoje ele é Poeta, amanhã será Poesia.
Urge transformar num só verso maior
Poalha de poeira que é, no fim do dia,
Sal e escuridão volvendo-se em estertor:
Quando um mundo acaba, o outro principia.
Tiremos, entretanto, a Cristo a sua Cruz,
Louvemos o zagal e todos os trigais,
Crisantos animais que somos todos nós;
Pois assim era Buda e assim era Jesus,
Nitentes e notáveis doando aos naturais
A Virgem, visionada, e cansada, a minha voz.

                        Que Luz, 05/ 10/ 2016
                                                             AD MAJOREM DEI GLORIAM

                                  Paulo Jorge Brito e Abreu

domingo, 23 de outubro de 2016

Fraternidade única, nunca vista




Um anjo anunciou o meu nascimento a uma jovem de Nazaré que, com o espanto no coração, aceitou a vontade do Alto. A voz vinha do Espírito, vinha daquele que era. Noiva de José, a escolhida para ser minha mãe, aceitou a missão. Na aparência, impossível. Ela a tornaria possível.

As lágrimas confundiam-se com a alegria. A escolha era determinante. Decisiva. Alguns meses depois, ela, que se chamava Maria, seria o ventre materno da encarnação de Deus. À luz do Espírito, Deus e o homem iam unir-se numa fraternidade única, nunca vista.


 Teresa Ferrer Passos, Jesus até ao fundo do coração, Chiado Editora, 2016, pág.6 (a publicar brevemente).

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

No vale do mundo


Os olhos habituam-se à penumbra
E vão a pouco e pouco percebendo
O virginal delírio colorido
Das borboletas que voam só de noite.

Uma raposa espreguiça-se na relva
E a relva é branca como no Antártico
E os olhos brancos da raposa branca
Tingem de ser o nada do deserto.

10/10/2016

Fernando Henrique de Passos

sábado, 1 de outubro de 2016

Nossa Senhora da Paz, uma Devoção de Benavente

Imagem de Nossa Senhora da Paz
Igreja matriz de Benavente
(a antiga igreja ficou destruída pelo terramoto de 1909,
mas esta imagem conservou-se intacta)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A ilusão do centro: pecado original


“(…) mas quanto ao fruto da árvore
que está no meio do jardim,
Deus disse: ‘Nunca o deveis comer,
nem sequer tocar nele,
pois, se o fizerdes, morrereis” (Gen 3, 3)



Só figuras finitas têm centro.
O ilimitado é desprovido desse lugar geométrico.

No Jardim do Éden temos tudo,
No Jardim do Éden somos tudo,
E o Jardim do Éden não tem centro.

A ilusão que nos faz ver um centro no Jardim
É a mesma ilusão que nos faz querermos mais
Além de tudo o que já somos.

E é essa a raiz de todo o Mal.

15/9/2016

Fernando Henrique de Passos


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Albert Camus e a arte do romance

Albert Camus (1913-1960), Nobel da Literatura em 1957

«O artista forja-se neste ir e vir perpétuo de si para os outros, a meio caminho da beleza sem a qual não pode passar e da comunidade a que não pode subtrair-se» (Estocolmo, 1957)

                Albert Camus, O Avesso e o Direito seguido de Discursos da Suécia, Livros do Brasil, Lisboa, s/d, pág. 127 (esta publicação inclui outros textos de A. Camus).

terça-feira, 13 de setembro de 2016

A violência, cenário de guerra

       
A queda das torres gémeas em Nova Iorque por embate aéreo

       A violência veiculada pela tecnologia cresce...
    E desde a declaração de guerra do fundamentalismo islâmico ao Ocidente em 11 de Setembro de 2001 nos EUA, o confronto Islão-Ocidente não deixou de crescer em várias zonas do mundo.
     Chega às próprias relações dentro da família, 15 anos depois...

11 de Setembro de 2016
                                                                           Teresa Ferrer Passos