Maria de Carvalho (1879-1973) |
À Memória dos dias que passaram...
«À memória dos dias que passaram
E das sombras amadas que fugiram;
À memória daqueles que partiram,
E por vida ou por morte me deixaram;
A tudo quanto é belo neste Mundo,
A tudo quanto amei,
A tudo o que é profundo
E que foi minha lei;
À luz que me alumia,
E da noite sombria
Faz um céu constelado;
A quem me tenha amado
E a quem me queira mal;
À vida triunfal
Que desejei,
E à terra que pisei
Nos meus primeiros passos;
A todos esses laços
Que me prenderam pela vida fora;
A tudo quanto sofre e quanto chora,
A tudo que sonhei e que vivi,
E à Madre Natureza,
Pela sua beleza:
Estes humildes versos que escrevi.»
Maria de Carvalho, Estrela da Tarde, Edições Ática, Lisboa, 1957, pp.7-8.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário