terça-feira, 7 de abril de 2015

Terra dos homens


Mistura de gelo e fogo e lixo e diamantes
Suspensa no espaço entre as estrelas.

Fervilhar de lama alucinada.

Ânsia dos sonhos das formigas
Nascidas dos céus e dos nocturnos
Ribombares das nuvens de algodão
Manipuladas por enfermeiras cósmicas
Espreitando pelas grades das janelas
Do lado de fora no jardim
Para lá das luzes das incubadoras
E dos relâmpagos dos carris eléctricos
Deslizando no agulhar da noite
Da cidade à espera da chegada
Das notícias azuis de amanheceres
Lancinantes como um meio-dia
Com excesso de sol no arvoredo
Que abriga a circularidade da rotina
Dos anões da vasta floresta
Onde branca é a neve e o alcatrão
Mais puro que o asfalto das montanhas
Onde os profetas clamam e proclamam
A vinda final do mensageiro
Que dirá da chave ignorada
A hora e o local do seu encontro.

(E possa o engenho dos jograis
Decifrar o código dos deuses.)

21/3/2015

                Fernando Henrique de Passos

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