Quando arrancados fomos um do outro
Tu sangraste da ferida em ti deixada
Pelo rasgar de um ser em duas partes
E sangraste ainda a cada lua nova
E assim foi durante muitos anos.
Desde que por fim nos encontrámos
Tentamos voltar a ser um só:
Ferida na ferida, dor na dor
E a inquieta alegria de sentirmos
Que o borbotar da antiga plenitude
É como nascente cada vez mais próxima
Enquanto deslizamos rumo à foz.
30/3/2015
Fernando Henrique de Passos
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