sábado, 5 de abril de 2025
DIGRESSÃO NA ALEMANHA DE LÍDIA JORGE
quinta-feira, 27 de março de 2025
NO DIA MUNDIAL DA ÁRVORE
ALTAR DIVINO
a leveza do fruto tão pequenino
tão cheio de sobriedade
a esconder-se na pinha que o resguarda
com um carinho de mãe.
sôfrega dos seus filhos multiplica-os nas suas pregas
fortíssimas antes que caiam na terra.
essa mãe está atenta ao seu crescer
lento e manso.
e os pinhões ansiosos soltam-se
do pinheiro em instantes inesperados.
únicos. são filhos de um Deus imenso
de raízes transcendentes e capaz de os dotar
de liberdade.
num abismo são projetados.
num mundo áspero ficam. a indiferença
é brutal, alheia ao destino dos pinhões.
que delícia se uma criatura os encontra entre
as folhas simples, essas agulhas verdejantes,
a distinguirem-se das folhas de todas as outras árvores.
na paradisíaca planície das areias macias,
amarelecidas pelo sol ardente
e poderoso como fantástica muralha
de denso mármore repousa o pinheiro.
oh idílica árvore que o vento verga até à terra
sem a fazer perder o altar divino do seu tronco
e das suas agulhas de uma idade longa. sem conta.
21/3/2025
Teresa Ferrer Passos
sexta-feira, 21 de março de 2025
A poesia renasce em cada hora que a tocamos.
Parece uma espuma consistente
e, ao mesmo tempo,
é demasiado leve quando a cavalgamos.
Nem o som de uma ventaria que aterroriza, é capaz
de a despedaçar. E como esse som pode ser o sinal
de que tomba a raiz
de uma esplêndida figueira secular.
21 de Março, Dia Mundial da Poesia
domingo, 2 de março de 2025
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
A Eternidade sorriu para dentro dele.
Ele ergueu de novo o olhar para ela.)
que duro tem sido para ti
conduzires-me através do meu próprio labirinto
desde a nascente da luz negra
até ao esplendor da luz divina,
ainda tão distante.
dentro de mim
debatiam-se todas as guerras deste mundo;
dentro de ti
nascia o radioso sol do teu sorriso,
reflexo feminino do sorriso
do Cristo Salvador.
o fragor da luta deixou-se enamorar
pela firmeza doce das reverberações da Paz
e assim pudemos dar início
ao paciente desenredar do meu novelo
de Medos e Paixões.
mais de metade da estrada percorrida,
ignoramos ainda o desfecho da jornada,
mas não duvidamos já do poder infinito
do Amor.
o Tempo e a Eternidade, passo a passo,
a cada instante fazendo florir a Paz
e a magia da sua força imóvel.)
Fernando Henrique de Passos
PÉTALAS VIOLETA
arde a voz
que soa como um sino.
é a hora do meio-dia
infinita e branda.
é a hora do sol a pino
a espargir uma bênção inteira
no meu coração
morto e a ressuscitar.
que imagem de amor
gizada no quadro negro em que me inscrevia.
que imagem luminosa, a tocar-me, áurea demais.
que brisa suave, nunca antes pressentida.
que tarde imensa com a chuva sedosa a florescer
com pétalas violeta.
19 de Fevereiro de 2025
Teresa Ferrer Passos
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
A desordem campeia quer entre países árabes quer entre países da União Europeia. As propostas de paz dos EUA à RÚSSIA, causam turbulência na União Europeia, área geográfica em que não se vislumbra um Representante credível que fale com autoridade em nome de um conjunto de povos. A solução guerra equaciona-se a cada momento em que a paz se afasta. A Globalização ergue-se com a "solução" Inteligência Artificial, um caminho mais certo para a guerra do que para a paz?
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Mistérios negros escondem-se por trás da transparência veiculada pela enxurrada de palavras ditas no "podium" da comunicação social, televisiva e radiofónica. A Democracia o exige. A estrada para as Autocracias extremistas também. E uma propaganda a defender as prosperantes tecnologias, quase a reinar, irradia como se fosse solucionar, por magia, os problemas da humanidade. Como é abusivo o elogio acrítico e apresentado como salvador a Inteligência Artificial! A geração BETA, a que nos seguirá, dizem, está à nossa porta...
11/2/2025 Teresa Ferrer Passos
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
UM POEMA
tudo é confuso nas linhas do humano que defronto
porque nada transparece nas horas
nem nos dias nem nos anos.
tudo é opaco, omisso, inconsequente. e o imprevisto
assoma como se fosse um jogo perverso,
abominável.
as palavras parecem ocas ressonâncias,
sem lógica ou verdade.
e os sons mais agudos parecem primitivas caixas
de ressonância a esfregarem-se
em pedras cheias de ângulos contumazes. perigosos.
as ideias, nulas de pensar, escasseiam nos corredores
de redes ou grupos sociais ávidos de ganharem
uma vida nova de que continuam ausentes nos vastos
momentos em que se exibem com frases mortas
por dentro pela sua imensa nulidade.
o que nos resta?!
se alguma coisa nos resta é regressar à terra nua e crua
com os fragmentos mais simples da nossa natureza humana
que não pára de ser ultrajada.
10/2/2025
Teresa Ferrer Passos
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
UM OLHAR SOBRE A REVISTA «A IDEIA» (Outono de 2024)
terça-feira, 14 de janeiro de 2025

ANIVERSÁRIO
No teu Natal
no tempo se inscrevem as brincadeiras da infância
essas torrentes de amáveis paraísos
que não reconhecemos mais senão
nos intervalos das ondas que nos cobrem
de interrogação e surpresa.
Na nossa via de tropeções imprevistos
crescem o trigo e o joio. Os caminhos da cólera
avançam como meteoritos e os socalcos da paz
desvanecem-se como se preferissem ser esquecidos
para sempre.
Só a nossa força interior domina o indominável,
o estranho, o irreconhecível muro da realidade
forrado de enigmas que não conseguimos
resolver. Apenas somos capazes de superar
como se o infinito nos habitasse desde o
nascimento.
14/1/2025
Teresa Ferrer Passos
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
EÇA DE QUEIRÓS
8/1/2025
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
DOSSIER NATAL / 2024
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Cabana do presépio de Jesus |
"Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino;haverá terramotos em vários lugares, haverá fome. Istoapenas será o princípio das dores"
Mc 13, 8
Bendito sejais.
Tudo à nossa volta nos fala tão alto
Do Vosso aguardado regresso
Que quase sentimos já a Vossa presença.
Do clamor das guerras, das doenças, das catástrofes
Nasce o anúncio do Vosso novo nascimento.
Que abençoada gruta Vos acolherá desta vez?
Que ditosos pastores Vos louvarão?
A Natureza, quase enlouquecida pelos nossos desvarios,
Anseia as Vossas doces palavras de conforto.
Os seres humanos parecem ter-Vos já esquecido
Ou ter-Vos reduzido ao ínfimo estatuto
De lenda bonita mas oca de sentido,
E já só têm por lei os caprichosos ditames dos seus egos.
Vem.
Não nos faças mais esperar.
Todos precisamos de Te ver, de Te ouvir, de Te tocar.
Que regresse o vendaval de Amor que tudo sara.
Que regresse a tempestade de Fogo que tudo limpa.
Que se cumpra enfim a promessa da Tua Paixão de há 2000 anos,
Mas desta vez sem cruz, nem espinhos, nem chicotes,
E só com o jorrar do mel dessa nascente
Que outrora abriste com a Tua dor.
Bem-vindo sejais.
19-12-2024
Fernando Henrique de Passos
A LUZ ROMPEU A NOITE
cresciam filamentos a desprezar a vida,
a ignorá-la como se ela nada significasse.
Esquecia as mães a rejeitar a morte dos filhos perdidos
para sempre na batalha que não esperaram nunca.
Uma secura imensa atravessava a boca das mães,
ávidas de beijos nessa espera cheia de futuro.
Os filhos partiam em barcos atulhados de bagagens.
Viam-nos partir. E ficavam com os seus corações partidos,
incrédulos. Quanto desaforo, quanta impiedade. Sobre
o regresso, a incerteza. Quantos imprevistos,
quantas feridas por sarar. Ou a própria morte a ser resposta.
Ansiosas, as mães esperavam. O regresso. Esperavam
numa submissão de revolta atordoada.
Esperavam impotentes.
Esperavam no desespero de nada poder mudar. No silêncio. (...)
Excerto de um poema de Teresa Ferrer Passos - escrito a propósito da comemoração do 50º aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974 - para a revista de cultura libertária A Ideia, II série, vol XXVII, número triplo (104/105/106), Outono 2024.
Por vezes, falta-nos a sabedoria. E para isso, urge ter coragem de enfrentar o espelho da alma, a fim de reconhecer os erros e fracassos e utilizá-los em próprio benefício, ou seja, munir-se de inteligência.
É necessário que sejamos livres de culpas, sobretudo do passado, aquelas em que nada podemos fazer. Também é preciso não nos preocuparmos em demasia com o amanhã, pois há poucas certezas.
Digo sempre que é preciso sonhar, mas sonhar em grande, pois se os sonhos são pequenos, a nossa visão será pequena, incapaz de suportar as tormentas da vida. Só os grandes sonhos regam a existência com sentido. A vida dá muitas voltas. Não podemos pensar que enganamos a vida ou fugimos das voltas que o mundo dá. Tudo muda numa questão de segundos, seja uma vida, uma história ou um pensamento. Basta uma palavra, um sinal ou uma acção para modificar por completo o que até então era considerado certo. (...)»
O GRANDE MAGO INFINITO
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Presépio miniatura da exposição de Luís Figueiredo no Núcleo Museológico de Santa Comba Dão (divulgado por Elsa Amaral no Facebook) |
viram os magos do Oriente,
na noite escura procuram; na noite, não no dia,
de dia nada desvendavam. nada entreviam.
ora, naquela noite escura demais, uma estrela pequenina
levou-os a uma casa pobre em Belém, no deserto.
a verdade, que magia, que saber imenso, iam conhecer
o Natal do Menino tinha no seu corpinho franzino
de um mago como eles, mas um Mago Maior,
um Mago todo ele Infinito.
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PRESÉPIO no Presbitério da Basílica da Santíssima Trindade em Fátima. Autoria da escultura Clara Menéres. |
A TODOS UM BOM NATAL,
UMA SERENA NOITE DE NATAL!
quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
Passagem de «Planeta Joyce 8»
«como Comando do Centro Superior de Vigilância do Império Global, lembrem-se, não posso ceder a estratagemas, a ardilosas maquinações ou a falsos argumentos que parecem ter em vista, antes de qualquer outra coisa, destruir os países que integram o Império da Globalidade e, assim, impor a ordem dos nacionalismos radicais dos estados da revolta unitária! (...) Já quase não tenho dúvidas sobre a vossa incúria e baixo nível tecnológico-científico ... e também vejo que a vossa incompetência só traz prejuízos aos interesses do Império do Sol Poente, a maior potência, alguma vez a dominar, o planeta Terra»
Teresa Ferrer Passos, Planeta Joyce 8 (Romance fantástico), Harmonia do Mundo, 2007, p. 79.
sábado, 7 de dezembro de 2024
A CATEDRAL incendiada em 2019, vive de novo em 2024
"Os grandes edifícios, como as grandes montanhas, são a obra dos séculos (...) Com certeza há aí matéria para bem grossos volumes e muitas vezes história universal da humanidade, nestas soldaduras sucessivas de várias artes, em várias alturas, sobre o mesmo monumento. O homem, o artista, o indivíduo desaparecem sobre essas grandes massas sem nome de autor; a inteligência humana resume-se e totaliza-se aí. O tempo é o arquitecto, o povo é o operário".
Victor Hugo, Nossa Senhora de Paris (1ª edição francesa, 1831), 1º volume, Livraria Chardron, Lelo & Irmão, Porto, s/d, p.137.
domingo, 1 de dezembro de 2024
Um poema inédito
REFLEXOS NO INTERIOR DE UMA CLEPSIDRA
sábado, 30 de novembro de 2024
No dia da morte de Fernando Pessoa
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
IMPROVÁVEL
sábado, 23 de novembro de 2024
O PESO DO MUNDO OU A VERGONHA
ao abismo de uma lei injusta em que caíram
os prisioneiros de um país chamado Salvador
.23/11/2024
Teresa Ferrer Passos