RECORDANDO A APARIÇÃO DE MARIA,
no dia 13 de Outubro
de 1917
«A Anunciação a Maria: o instante único
─ «Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo». O anjo não dissera o seu nome, mas dirigira-se-lhe como se ela se chamasse «cheia de graça». Como podia ser «cheia de graça»?! Que fizera para o ser? Que recebera de Deus e porquê? Quem era ela, afinal? Ali, à espera do tempo da coabitação com José, recebia uma mensagem divina espantosa. Deus dirigia-lhe a palavra, precisamente a ela, através de um intermediário angelical. Como escreveu Gianfranco Ravasi: «Na gruta de Nazaré encontram-se Deus e o homem, anulando qualquer distância». Como será na hora do nascimento de Jesus, a distância entre Deus e o que era humano parecia ter-se anulado: aqueles instantes divinos de saudação a Maria. De súbito, Maria escuta. E podia ter recordado o livro da Sabedoria: «Ela é um sopro do poder de Deus, (…) não se pode encontrar nela a menor mancha… Ela é o resplendor da luz eterna, espelho sem mancha da atividade de Deus, e imagem da Sua bondade». Neste livro, a sabedoria é definida como se fosse uma mulher; ora, essa mulher não poderia ser a mãe do profetizado Messias, o Salvador do povo de Israel? Não teriam estas palavras alguma coisa a ver com ela própria? Seria o seu nó às coisas do Senhor que O faria estar com ela? Pensava, sem perder uma só analogia com as Sagradas Escrituras: «Veio a mim o espírito da sabedoria», veio a mim o Senhor que é a Sabedoria? Desconhecida dos grandes, ainda tão menina, sem posição social elevada, poderia ela ser «a cheia de graça», por vontade de Deus, como lhe era anunciado, naqueles instantes a quebrar a normalidade dos dias?»
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