Mostrar mensagens com a etiqueta nada. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta nada. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 12 de março de 2015

Perguntas & Respostas

ACERCA DA MILENAR PERSISTÊNCIA DE UM RATIO DESFAVORÁVEL ENTRE A VARIÁVEL “NÚMERO DE PERGUNTAS RESPONDIDAS” E A VARIÁVEL “NÚMERO DE PERGUNTAS FORMULADAS”





Why do we never get an answer?
The Moody Blues

Pára…
Não te contraias mais…
Não queiras nada…

…Deixa-te estar em frente das perguntas,
No meio das perguntas.
Faz-te pergunta.
Tu mesmo és a pergunta.
Tu mesmo serias a resposta
Se acaso houvesse alguma forma de resposta
Que fosse mais do que a pergunta a que responde.

Não escrevas nada;
Não tentes deter as perguntas a meio do seu voo;
Deixa que esse ébrio bando de brandas borboletas
Repouse apenas quando a tua mente
Lhes oferecer poiso seguro:

A vastidão de uma planície
Sem tocas nem recantos
Nem inesperados ninhos de lacraus
Debaixo de pedras inocentes.

12/3/2015

Fernando Henrique de Passos

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Do nada o tudo

Perto das portas da Promessa
À esquerda o rio
A água espessa
O espaço frio
E o ângulo da cinza submersa:
Campo baldio
Que se atravessa
Até à berma do Vazio

(Imensidão de um vale de nebulosas
Laranjais à espera da manhã
Silêncio de virgem cortejada
Ensaiado langor de cortesã)

23/12/2014

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ex nihilo


Núcleos de vento testando a solidez
Da estrutura pálida do nada
(Borbulhar nocturno de perguntas
Em torno de casa abandonada).

Sombras de luz, aceno do Amor
Ao desígnio imóvel do vazio;
Eco da primeira madrugada;
Primeiro movimento, fugaz como arrepio.

Condensação da névoa matutina:
Barro depois, primeiro lodo;
Depois a vida, a dor e a alegria,
As novas formas que assumiu o Todo.

1/12/2014

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nas Caves do Universo (poema)

( )
É IMPOSSÍVEL perturbar O Nada, QUE NEM SEQUER SABE QUE É ESCRITO COM MAIÚSCULA. COMO ESCALAR UMA ESCARPA VERTICAL DE GELO, CALÇANDO PÉS DE VIDRO? A SOLUÇÃO ESTÁ NO FIM DA AVENTURA, SOB A FORMA DE UMA PICARETA QUE NOS AGUARDA NO CIMO DA MONTANHA.
( )

Piso 0
Piso -1
Piso -2
Piso -3
.
.
.
Piso -5.220.442

NÃO DESÇAS MAIS


A pressão absurda no interior do planeta Terra não consegue ainda assim dar uma ideia da pressão no interior do Universo. Palavra alguma sobrevive aí.


Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Estilhaços de amor


Francisco de Assis com o lobo

Estilhaços de amor cravados nas estrelas
salpicam-nos e trazem-nos lágrimas transparentes à
superfície dos olhos.
O caos cresce nos nossos corpos sem as sementes
do amor.
As horas extinguem-se nos corações vazios de amor.
Nascem desertos dentro dos nossos músculos,
dentro das nossas veias, dentro dos nossos ossos,
onde não sopra o vento manso do amor.
Tudo se esvai e desvanece quando nos esvaziámos
dos sinais vivos de amor.
Tudo se estilhaça de encontro às faces estranhas
de quem está connosco.
Soltam-se estilhaços do rosto dos desamparados sem um olhar de amor a alguém, a um simples alguém.
O vazio segue e o nosso caminho fica inseguro e árduo.
O vazio segue-nos, desfeito em nada,
sem procurar mesmo que sejam só uns estilhaços de amor. 

Nós olhámos para trás e pegámos-lhe na mão.
Restava-nos ainda um estilhaço de amor.

8 de Abril de 2013
                                                   Teresa Ferrer Passos