Mostrar mensagens com a etiqueta absurdo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta absurdo. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 22 de abril de 2015

De Praga a Bucareste






                                                                        a Franz Kafka e Mircea Eliade

Abençoado absurdo: ácido balsâmico
Que queima a pele, as vísceras, a alma,
Sublima o lixo, liberta galerias,
Limpa o olhar, prepara a atenção
Para o bailado das luzes principais,
Que o tédio seguro da razão não deixa ver.

Abençoado abismo do horror mais negro:
Os olhos treinados a perscrutar a escuridão
Vão detectar sem custo e com deleite
A luz discreta da noite do solstício,
A noite em que os céus se irão abrir,
A noite de S. João…

22/4/2015
                                            Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nas Caves do Universo (poema)

( )
É IMPOSSÍVEL perturbar O Nada, QUE NEM SEQUER SABE QUE É ESCRITO COM MAIÚSCULA. COMO ESCALAR UMA ESCARPA VERTICAL DE GELO, CALÇANDO PÉS DE VIDRO? A SOLUÇÃO ESTÁ NO FIM DA AVENTURA, SOB A FORMA DE UMA PICARETA QUE NOS AGUARDA NO CIMO DA MONTANHA.
( )

Piso 0
Piso -1
Piso -2
Piso -3
.
.
.
Piso -5.220.442

NÃO DESÇAS MAIS


A pressão absurda no interior do planeta Terra não consegue ainda assim dar uma ideia da pressão no interior do Universo. Palavra alguma sobrevive aí.


Fernando Henrique de Passos

sábado, 14 de junho de 2014

A Fernando Pessoa


                                                            (no 126º aniversário do seu nascimento)

A sensação absurda e lancinante
De que cada coisa que nos olha
Nos tenta falar de uma outra coisa
Diferente de si própria,
Esta sensação, tu conheceste-la
Nas noites de insónia em que acordado
Sonhavas ser tu, e não Caeiro,
A tomar conta do rebanho,
E cada tronco, cada ovelha, cada pedra
Te fazia sentir como a um estranho.


13/6/2014

                                Fernando Henrique de Passos