Mostrar mensagens com a etiqueta tudo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta tudo. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Do nada o tudo

Perto das portas da Promessa
À esquerda o rio
A água espessa
O espaço frio
E o ângulo da cinza submersa:
Campo baldio
Que se atravessa
Até à berma do Vazio

(Imensidão de um vale de nebulosas
Laranjais à espera da manhã
Silêncio de virgem cortejada
Ensaiado langor de cortesã)

23/12/2014

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Oração superficial

Oh grandes peixes das águas profundíssimas,
O tesouro dos textos telepáticos
Que nos fazíeis chegar pontualmente
Perdido parece por agora
Nos limos e lodos deste grande lago.

No denso enredado das palavras ávidas
Que se propunham traduzir-vos
Perdida ficou vossa sageza antiga
Que nos falava com gestos de silêncio.

Perdoai a nossa tacanhez
Enviai novamente o vosso auxílio
Pois sufocamos já
Em estreitos canais de altura rasa
Onde insensatos julgávamos prender
O infinito o tudo o além-tudo
Mas só nos prendemos a nós próprios.


10/8/2014

Fernando Henrique de Passos