Mostrar mensagens com a etiqueta luz. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta luz. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ação de Graças



Mulher,
Minha Mulher,
Que me guias desde as profundezas de mim mesmo
Até à luz de enfim saber quem sou:
Deus te abençoe pela tua presença inabalável
Como a mim me abençoou com tu seres minha.

19/5/2016

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A Lagoa Secreta


Lírio de água na lagoa


                                                                                   à Teresa

Pétalas transparentes no fundo de um lago profundíssimo.
É tudo tão límpido que a custo posso ver.
A luz provém do interior de cada gota de água
E cada pétala tem palavras numa língua muito antiga.
Nadamos de mãos dadas
Enquanto esperamos que o nosso olhar se acostume à nova                                                                                             [claridade.

1/2/2016

                                     Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Receita


Para quem busca o Absoluto:
Esmague o ego num almofariz
(caule, folhas, flores e fruto)
Mas deixe intacta a raiz.

Faça com o pó uma tisana,
Coloque-a num frasco destapado
E, à centésima semana,
Lave a raiz no preparado.

Regue-a com a luz que pôde atravessar
A noite e o seu breu
E os raios de sol que vivem no luar
Farão desabrochar um novo Eu.

7/12/2015

Fernando Henrique de Passos

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Soneto novo

o incêndio de luz que se estende em todos os sentidos
dentro de mim fora de mim
purificando o já agora
e todo o tempo passado e que há-de vir

o crepitar voraz silencioso
a voz que fala sem palavras
a sabedoria dos cadernos virgens
a liquidez lúcida do espaço entre as ideias

escreve na linha interrompida!
põe mais uma letra!
lança a corda sobre o abismo inominável!

tacteia a luz se o brilho é muito forte
escorrega nos arcos e volutas
mastiga o som do éter luminífero


3/8/2014

Fernando Henrique de Passos

domingo, 27 de outubro de 2013

Clarões



(A foto da manhã seguinte era um buraco na folha do jornal.
Ninguém podia olhar sem cair lá dentro.)

flash!

Pedaços de um sonho
No meio da noite

O asfalto molhado
A chuva miúda

E eu de pijama
No centro do medo
Debaixo do néon
No gelo da luz

flash!

Os faróis de um carro
(Restos de outros sonhos)

Relâmpagos mortos
Silêncios aquosos
Sem luz os semáforos

Há um cruzamento
Na esquina das horas

Choque de minutos
Na urbe deserta

flash!

E passam destinos
Nas luzes do céu
(Luzes de avião?
Rastos de cometa?)

Trovões muito ao longe
Nuvens soterradas
Espasmos do negrume

flash!

Faróis de outro carro
E o som ancestral
E reconfortante
Dos pneus embebidos
Da água da estrada

flash!

Luz de uma lanterna
Ronda do acaso
Pisando palavras
Rostos desbotados
Flocos de papel

flash!

Um ponto vermelho
Brasa de um cigarro
Alguém que vem lá

flash!

A luz que me cega
Que estala no ar
Bate nas paredes
Faz fendas no chão

A fúria do vento
A água que fere
Os gritos do céu
A terra a uivar

Luz por todo o lado
Luz que faz doer
Nas casas nas portas
Janelas jardins

flash!

Um túnel na luz
Um golpe no espaço
Luz que é mais que luz
O Sol a um passo

FLASH!


27/10/2013

(Poema inédito)

      Fernando Henrique de Passos