quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Soneto novo

o incêndio de luz que se estende em todos os sentidos
dentro de mim fora de mim
purificando o já agora
e todo o tempo passado e que há-de vir

o crepitar voraz silencioso
a voz que fala sem palavras
a sabedoria dos cadernos virgens
a liquidez lúcida do espaço entre as ideias

escreve na linha interrompida!
põe mais uma letra!
lança a corda sobre o abismo inominável!

tacteia a luz se o brilho é muito forte
escorrega nos arcos e volutas
mastiga o som do éter luminífero


3/8/2014

Fernando Henrique de Passos

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