sexta-feira, 30 de junho de 2023

Um POEMA DE VLADIMIR MAIAKOVSKY (1893-1930):


Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
E logo
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

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