SEM RUÍDO
Um delirante uivo soou a penetrar a palavra
ardente que justiçava irrefreada malícia.
Porém, um abutre esfaimado como o vento
ataca-a com intentos maléficos, carniceiros.
A agreste ventania do intruso com o azedume em crescendo,
mostra a espuma dos instantes nos dentes ávidos,
estonteante como uma sílaba repetida, imparável.
No céu azul, nas brancas nuvens esfarrapadas
não há agitação nem vento forte. Dos astros não há
vestígios, da voz sensata que se ouvira, nada sai.
ataca-a com intentos maléficos, carniceiros.
A agreste ventania do intruso com o azedume em crescendo,
mostra a espuma dos instantes nos dentes ávidos,
estonteante como uma sílaba repetida, imparável.
No céu azul, nas brancas nuvens esfarrapadas
não há agitação nem vento forte. Dos astros não há
vestígios, da voz sensata que se ouvira, nada sai.
E o silêncio, lento, compassivo, suspira.
Recusa o brilho espectável.
Paira agora um silêncio fátuo a cruzar-se
com as nuvens pálidas, traquinas, suaves.O silêncio é uma vertigem vinda do além.
O silêncio não conhece a agressão. Imóvel permanece.
Está ali, numa penumbra serena.
Depois passa apagando o ruído.
17/6/2023
Teresa Ferrer Passos
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