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domingo, 12 de abril de 2015

Não, não está no sepulcro...

«Maria»! disse Jesus.
«Maria de Magdala foi dar a nova aos discípulos» (Jo 20, 16 e 18)

«Em Jesus Cristo o ser humano vive até ao máximo todas as suas potencialidades ontológicas. Verdadeiramente o ser humano está feito para Deus. Neste sentido, podemos afirmar que Cristo surge como o intérprete supremo da existência humana.»

«Só podemos verdadeiramente falar do cristianismo e do Mistério de Deus se entendermos Deus e o ser humano de uma maneira encarnativa e relacional. Falar de Deus hoje é, portanto, falar das suas entranhas e essas são entranhas de misericórdia»

«Parece-me que a celebração deste tempo privilegiado não pode ficar na contemplação do Ressuscitado, mas deve implicar o testemunho dos frutos da Ressurreição, e esses não podem deixar de passar pela celebração e testemunho das "entranhas de misericórdia" do nosso Deus, ou seja pelo testemunho desse amor que nos faz querer, procurar e promover o bem dos outros, de todos os outros, preferencialmente daqueles que se encontram marginalizados em tantas periferias».

                  Juan Ambrosio (excertos de "Tempo Pascal: Celebração das 'entranhas' de Deus" in Internet, Pastoral da Cultura)

sábado, 15 de novembro de 2014

O silêncio


«Jesus perante Herodes: "Fez-Lhe muitas
perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
que lá estavam acusavam-n'O insistentemente"» 
Lc 23, 9-10

As palavras são tão carregadas de ambiguidade que ninguém consegue responder com palavras à violência das palavras, sem cair em outra violência. Por isso, o silêncio é a resposta para os que nos perseguem, como ensinou Jesus Cristo. 


Teresa Ferrer Passos

sábado, 8 de novembro de 2014

Do Deus de Einstein ao Deus dos cristãos




ao meu Pai, que hoje faria 91 anos, e que me falava muito de Deus,
mas também me falava de Einstein, de Newton e de Arquimedes

Durante dezenas de anos, incluindo um longo período de agnosticismo, sempre achei absurda a forma como Einstein falava de Deus, parecendo identificá-lo com a harmonia das leis do universo, ou com qualquer coisa de ainda mais vago e abstracto. Foi o livro Einstein and Religion, de Max Jammer, que me fez perceber melhor a sua atitude face à religião. (Obrigado ao Paulo Martel pelo oportuno presente!)

Se tentarmos isolar a essência do sentimento religioso, talvez encontremos isto: a consciência de que são os nossos medozinhos ridículos e os nossos desejozinhos ridículos que nos tornam infelizes, e de que eles não são nada ao pé de uma certa realidade gigantesca, esmagadora, abrasadora, cuja existência pressentimos, mesmo que às vezes não a consigamos definir, identificar, localizar. Era neste sentido que Einstein era religioso. 

Einstein não era religioso no sentido de acreditar em certos factos espácio-temporais como, por exemplo, “Deus entregou as tábuas da lei a Moisés no Monte Sinai” ou “Jesus ressuscitou ao terceiro dia”. Ser religioso, no sentido lato da palavra, é muito mais e muito menos do que isso. Há pessoas que acreditam nesses factos e que levam vidas tão miseráveis como qualquer materialista. Essas pessoas serão mais ou menos cristãs do que Einstein o foi? A que distância se encontrava Einstein de ser cristão?

Deixemos que seja Deus a julgar e abstenhamo-nos de tentar responder. Mas não nos abstenhamos de perguntar: “em que é que a Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo muda a minha vida?” Ser religioso é ver a realidade de uma forma diferente, mas não é só isso ─ é deixar também que essa forma de ver a realidade transforme a nossa forma de a viver. O que também pode ser dito de outro modo: se a nossa forma de ver a realidade não traz automaticamente novidade à nossa vida, então é porque não estamos a ver a realidade de uma maneira realmente diferente, apenas julgamos que o fazemos.

Deus entregou as tábuas da lei a Moisés no Monte Sinai! Jesus ressuscitou ao terceiro dia! Estes factos não são só importantes; estes factos são decisivos. Mas não serão decisivos, nem sequer importantes, se eu ficar pela sua casca espácio-temporal e me esquecer do que eles procuram revelar acerca daquela realidade assombrosa da qual por vezes se tornam uma manifestação quase insignificante (dependendo do modo como são olhados e vividos), sobretudo se já passaram 2000 ou 3000 anos sobre a sua ocorrência e, pior, se as escassas dezenas de anos da minha própria vida, em vez de dedicadas a desenterrá-los das profundidades da História, ainda os vieram cobrir com as teias de aranha da rotina, com a qual o meu egoísmo tão sensatamente (do seu ponto de vista) me protege de desafios e sobressaltos.

Sobressaltos? Sim: a vida, a morte e a Ressurreição de Jesus Cristo devem ter sido para os seus contemporâneos como a explosão de uma supernova. E se, ao fim de vinte séculos, só restam dessa explosão as brasas quase extintas do rescaldo de um incêndio, há mesmo assim a possibilidade, soprando as brasas, de atear chamas que ameacem devorar todo o conforto em que a minha autocomplacência deixou que eu me instalasse.

8/11/2014
                                                        Fernando Henrique de Passos


sábado, 14 de dezembro de 2013

NATAL 2013


NATAL DE JESUS CRISTO
 em Belém na Judeia


«A Palavra fez-se pessoa e veio habitar no meio de nós».



«Ninguém jamais viu a Deus:
O Filho Único, 
que está no seio do Pai
é que O deu a conhecer»
Jo 1,18


Árvore de Natal no Vaticano sob o Pontificado de Francisco



«Não tenhas medo Maria, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo»

                            Lc 1, 30-31



As origens do Natal


          «Que cansaço estar sempre aqui em cima
          – Os seres humanos parecem-me formigas,
          As formigas parecem-me micróbios,
          E não tenho amigos nem amigas.

          Gostava de poder brincar –
          Às escondidas, por exemplo.
          Ninguém me ia encontrar
          Se me escondesse no meu Templo!

          Gostava de não ser omnipotente –
          Ter de pedir que me levassem pela mão
          A ver o sol poente
          No final de uma tarde de Verão.

          Gostava sobretudo de ter mãe –
          Que me passasse a mão pelos cabelos com meiguice,
          Mas que me ralhasse também
          Se eu fizesse uma tolice.

          Gostava de não ser omnisciente –
          Não conhecer o meu destino
          E só saber que tinha de ir em frente.»

          … E assim Deus se fez menino.

6/12/2013

                                       Fernando Henrique de Passos








Da palavra e Boa Nova

                                                «ex toto corde», ao caso e à causa do Papa Francisco
                   de todo o coração, ao Tobias Pinheiro

I

Langue é terra, e a matéria,
Sangra Amor no coração,
E eu vejo, em Sal etérea,
Rosa, alor e São João.

Langue é a carne, e langue o mundo,
Eis a pena e eis a espada,
E aqui eis, em Clarimundo,
Rosa em Deus, crucificada.

Que há um Menino, em bandolim,
Que é sagrado e é secreto:
É criança de jasmim,
O divino Paracleto.

II

Quando o pranto é sol e si
E o Espírito é o Santo,
Quem és Tu, que vens aqui
Numa Rosa de amaranto?

Na resposta, Ela relata
A Ideia. É Luz? É lis?
Numa Cruz, em «Maran Atha»,
O São Francisco de Assis.
              
                                           Queluz, 05/ 12/ 2013

MISERANDO ATQUE ELIGENDO

                               Paulo Jorge Brito e Abreu


P. S.: Por respeito para com o leitor, indicamos, aqui, uma coincidência significativa: «Rosa Perfeita, em Deus crucificada» é um verso da Autoria de Fernando Pessoa, in «No túmulo de Christian Rosencreutz»...........







UM PRESÉPIO NA CIDADE







Na aridez do deserto



«No caminho da ressurreição, tomei a minha cruz. Foi quando nasci. Era um curral despegado da casa. Uma subida em ziguezague lembrou-me a serpente. E enredei-me naquele paraíso perdido. Estava perto do deserto e da sua inocência. Era um estábulo de animais. O cheiro fez-me chorar, mas eu nascia sem medo do choro. Buscava, assim, a luz para a oferecer ao mundo. Tinha pressa, não podia deixar órfã uma nova criação. Só a luz que me conduzia cortaria as esparsas sombras, além dos desertos. Assim, nasci. Era um caminho fora dos muros da cidade. E o susto aflitivo de Maria envolveu-me numa lágrima larga como o mar que a alagava. Então, sustendo a respiração, o seu regaço maternal abraçou-me. Pelo postigo, lembrou-se da luz da madrugada. Era eu, o menino a quem chamaria Jesus. Dentro da alegria, Maria cobria-me com as palhas onde se aquecia o cordeiro e uma pequenina réstia de noite a cair naquela madrugada enregelada e à espreita de um nascer do sol. Neste improvável pensamento de antes, senti o madeiro a escorregar-me das mãos e a seguir atrás dos meus braços frágeis e das pernas flácidas, com os músculos à solta, a perderem fios de força e sem se conseguirem agarrar aos ossos.»


                                                             Teresa Ferrer Passos
(Do romance inédito, Jesus até ao fundo do seu coração)








Presentes de Natal
  (Pequeno Teatro)

CENA I

Pai:
– Filho, quero de você um presente!
Filho:
– Não enche, velho.

[Mas, naquele Natal o “velho” não ‘encheu’ e o filho não se drogou].


CENA II

Esposa:
         – Amor! Posso lhe pedir um presentinho de Natal?
Esposo:
         – Pode, não!

[Mas, naquele Natal o marido ‘não bebeu’].


Cena III

Neto:
         – Vô, você vai aparecer na Noite de Natal?
Avô:
         – Querido, eu trabalho de Papai Noel...


[Mas, naquele Natal, o “bom velhinho” foi o próprio Vovô].


Cena IV

Namorado:
         – Amor! Neste Natal, adivinha o que eu quero!
Namorada:
         – Sem camisinha, não vai rolar!

[Mas, naquele Natal, fizeram um teste de HIV].


Cena V

Doente:
         – Na Noite de Natal, me dê um sonífero!
Enfermeira:
         – Pode deixar, você vai sonhar com Papai Noel!

[Mas, naquela Noite de Natal, houve confraternização no Hospital].


Cena VI

Assaltante:
         – Criança! Avise lá que o Papai Noel chegou!
Criança:
         – Mãe! Tem um homem lá fora, dizendo que ele é Papai Noel!

[Mas, naquela Noite de Natal, o assaltante virou convidado].


Cena VII

Carcereiro:
         − Indulto de Natal! Feliz Natal!
Preso:
         -- Adeus! Feliz Ano Novo!

[Mas, depois daquele “saidão”, o beneficiário retornou].



                                               Luiz Martins da Silva (Brasil)



NESTE NATAL, MUITA PAZ E AMOR






                        

sábado, 29 de junho de 2013

Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, em breve Cardeal




       Neste Dia de S. Pedro e S. Paulo (29 de Junho), o recém-nomeado Patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente recebeu o pálio, a insígnia litúrgica que simboliza o serviço de Patriarca e, por tradição inerente, de Cardeal, o mais alto cargo da Igreja Católica depois do Papa, que lhe será atribuído na próxima reunião do Sacro Colégio Pontifício. A insígnia, desde já, de Patriarca, foi entregue a Manuel Clemente das mãos do próprio Papa Francisco. Depois, Manuel Clemente prestou o juramento de fidelidade à Igreja e ao Papa. O pálio, uma faixa ou estola de lã branca de cordeiro, é o símbolo de Jesus, o Bom Pastor. A lã felpuda da faixa é decorada com seis cruzes pretas de seda que representam, por sua vez, o compromisso de ser capaz de dar a vida pelas mansas ovelhas que vai conduzir.

       Neste ensejo, lembramos o que Joseph Ratzinger escreveu no livro Jesus de Nazaré: «Alguém demonstra que é um verdadeiro pastor, quando entra através de Jesus visto como porta; é que, deste modo, Jesus permanece substancialmente o pastor: só a Ele “pertence” o rebanho». (Ob. cit., 2007, p.346). D. Manuel Clemente recebeu, ao ser investido do pálio, a responsabilidade de continuar o ofício de servir o Bom Pastor, seguindo o amor que o Bom Pastor, com quem Jesus se identifica, tem pelo seu “rebanho”.

       Ao assumir este cargo eclesial, Manuel Clemente coloca-se no número daqueles que, em breve, na qualidade de cardeal não só escolherá, em conclave, o sucessor de cada Papa, como ele próprio se coloca entre aqueles que poderão vir a ser sucessores de Pedro, como agora o foi o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, com o nome de Papa Francisco. Na verdade, como Jesus disse, impõe-se no plano de Deus “haver um só rebanho e um só Pastor”.

       Os Cardeais podem vir a ser sucessores de Pedro a quem Jesus confia a missão indo ao ponto de ser capaz de dar a vida pelas Suas ovelhas. Na 1ª Carta de Pedro aos pagãos, estão escritas palavras orientadoras para os futuros continuadores da missão evangélica: «Aproximai-vos d’Ele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus. E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção de um edifício espiritual, por meio de um sacerdócio santo» (I Ped 2, 4-5). Nesta breve 1ª Carta do Apóstolo, vemos Pedro fazer uma magnífica oração dirigida aos povos estrangeiros, junto de quem exaltava a maravilha de anunciar «as virtudes d’Aquele que os chamou das trevas para a Sua Luz admirável» (I Ped 2, 9). Ainda no mesmo documento relevamos a importância que Pedro atribui já aos presbíteros (título eclesial da época), nestes tempos primitivos do Cristianismo.
    
     O Apóstolo, na humildade de servir a Jesus o Cristo, acentuava nesta missiva que ele próprio era um presbítero como eles. Exortava-os ainda a dar a maior relevância a princípios de ordem moral, conforme os caminhos traçados por Jesus: «Apascentai o rebanho que Deus vos confiou, velando por ele, não constrangidos, mas de boa vontade; não por um sórdido espírito de lucro, mas com dedicação; não como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas como modelo do vosso rebanho. E quando o Príncipe dos pastores aparecer, recebereis a coroa de glória que jamais se ofuscará» (I Ped 5, 2-4). Nos nossos dias, o recém-eleito Papa Francisco procura seguir estas linhas de rumo do Apóstolo que Jesus escolheu para O representar na terra, em que se inscrevem as palavras de Jesus: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei».

       Com a sua conhecida simplicidade, com uma personalidade frontal, com o seu entusiasmo, o Patriarca D. Manuel Clemente vai ser, acreditamos, um escrupuloso discípulo de Pedro. Ele é a pessoa indicada, nos nossos dias, para redimensionar, na linha da predicação do Papa Francisco, uma Igreja ainda demasiado apagada, pouco interventiva na sociedade materialista do mundo Ocidental. Uma Igreja sem as ousadias da redescoberta daquela Igreja primitiva, essa Igreja do tempo de Pedro e de Paulo, não será capaz de redescobrir o mundo nem que o mundo a redescubra.

       Que o Patriarca (em breve, Cardeal) Manuel Clemente edifique uma nova e grande fé na Ecclesia de Deus. Impõe-se salvar da tempestade a barca das palavras de Deus encarnado em Jesus. É preciso repor o exemplo como guia de vida para os que ainda não crêem ou aqueles que deixaram de crer. A D. Manuel Clemente, auguramos, parafraseando Santa Teresa do Menino Jesus –Padroeira das Missões e Doutora da Igreja –, um caminho movido pela força arrasadora e súbita dos pequenos caminhos, esses mesmos que oferecem às criaturas humanas os caminhos do Pai, do Filho, do Espírito Santo.    

29 de Junho de 2013

Teresa Ferrer Passos*
*Historiadora

sexta-feira, 8 de março de 2013

PÁSCOA 2013




SAGRAÇÃO DO COELHINHO

Coelho, eu te consagro,
Pelo nome do Cordeiro,
O Rei dos reis, imolado,
Mas, agora, redivivo.

Tu que tens o dom
Da fecunda reprodução,
Vem, vem de novo ser bom,
No ilimitado perdão.

Vem, coelhinho da Páscoa,
De fantasia profunda,
Cestinha de ovos fecundos,
Adocicar os meus medos.

Senhor Morto, ressurreto,
Subindo aos céus pelos seus,
Enquanto na Terra são lebres
Mensagens de chocolate.

Luiz Martins da Silva (Brasil)






PROCISSÃO DO FOGARÉU (*)

Irrompem com suas tochas
E trajes de algozes
A Quarta-Feira de Trevas,
Rufando tambores.

Altivos e temerários
[Assombro de crianças],
Eles são os farricocos.
Vasculham cada ruela.

Mas de ninguém a denúncia
Do paradeiro de Cristo,
Nem o velho calçamento
De pedras por testemunha.

Mas, como? Já o prenderam?
Fácil, não houve fuga.
Já os aguardava o Cordeiro
Na túnica pura dos justos.

Luiz Martins da Silva (Brasil)

* Ocorre a cada ano na cidade de Goiás (Goiás Velho, antiga capital do Estado de Goiás), Brasil.









Pintura (a óleo s/ tela) de Albino Moura

«Deus não procura meios poderosos: foi com a cruz que venceu o mal! Não devemos crer naquilo que o Maligno nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados! Não devemos jamais habituar-nos ao mal! Com Cristo, podemos transformar-nos a nós mesmos e ao mundo.»
Papa Francisco na Homilia de Domingo de Ramos
24/3/2013



«Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz»
         Papa Francisco na Homilia do Dia de S. José   19/3/2013





O Santo Padre Francisco revela que veio para servir


 a Deus, servindo os Seus filhos, a Humanidade!



20/3/2013 
                                                                       Teresa Ferrer Passos


FRANCISCO… E O MUNDO NOVO
A CAMINHO DO VELHO VATICANO

Papa Francisco

     Chamo-me Francisco. Sou o novo Papa. O sucessor do Papa que abdicou, Bento XVI. E sucessor daquele que não desceu da missão, embora tombado, paralítico, quase sem poder falar.

     O novo Papa chama-se Francisco. Esse o nome de Francisco de Assis, esse o nome de Francisco Xavier, e também, esse o nome de Francisco de Sales. O primeiro, a negar a riqueza e a elevar-se à altura dos pobres. O segundo, a chegar aos confins do mundo, à Índia e ao Japão. O terceiro, a converter aqueles que se afastavam e a propagar a sancta simplicitas das pequeninas acções.
     Francisco. Nome inédito entre Pontífices. Nome rico de simbolismo.

     O Papa Francisco traz da América do Sul, mais precisamente da Argentina, a estatura mental do Novo Mundo. Como tal, em poucas horas, foi capaz de escrever belas páginas. Escreveu páginas de simplicidade com a fisionomia grave.

     Pela primeira vez, um Papa vem de tão distantes terras para a Cadeira de S. Pedro. Vem dessa América do Sul descoberta por portugueses e espanhóis, dessa América do Sul a quem a Companhia de Jesus (a que pertence o Papa Francisco), levou a Boa Nova divulgada pelos apóstolos do Cristo, Jesus.

     Da América do Sul parecem chegar ventos de mudança para a Cúria Romana. O tom simples com que o Papa Francisco falou ao povo cristão, com que falou urbi et orbi, após a sua eleição, revelou a sua personalidade vincada e com uma firme convicção sobre a beleza da vida humana, segundo os Evangelhos de Jesus.

     Um tom simples que se reforçou, nessa noite de 13 de Março de 2013, ao dirigir ao povo reunido na Praça de S. Pedro, um pedido, mais do que um pedido, um favor: rezem comigo o Pai Nosso e a Ave Maria (as orações que todos sabiam dizer com ele). E o povo começou, sem o suspeitar, a falar com ele.

     O Papa Francisco colocava-se do mesmo lado que o povo. Mais do que do mesmo lado, o Papa Francisco pedia ainda ao povo que rezasse por ele, antes de ele o abençoar.

     Para o Papa Francisco era preciso que o povo intercedesse, rezando, para ele poder abençoá-lo com a absoluta certeza da eficácia da sua bênção. Seria a oração do povo, o selo, o selo de que a sua bênção não seria vã, mas eficaz e plena.

     Um voo novo risca os céus de Roma. Foi o Papa Francisco que, logo ao assomar à janela do Vaticano para saudar o povo, o começou a traçar.     

14 de Março de 2013
                                                                Teresa Ferrer Passos



«Ressoe em nós intensamente o convite à conversão, "a converter-se a Deus de todo o coração" (Joel 2, 12), acolhendo a sua graça que faz de nós homens novos, e de uma novidade maravilhosa que é a participação na própria vida de Jesus.»

Papa Bento XVI, Sermão da Quarta Feira de Cinzas de 2013



Pintura (a óleo s/ tela) de Sieger Köder 

AURORA DE VIDA

Jesus está pregado no madeiro.
É o Filho do Altíssimo.

Tem o corpo envolvido de escárnio,
De desprezo, de abandono.
O sangue enrola-o como uma corda.
As dores, prostradas de sofrimento,
Silenciam-se. Vê-se o corpo com a pele esfarelada.
Há um lodo viscoso a escorrer das vísceras.
A morte explode no corpo deitado
De Jesus pregado no madeiro (em cruz).

A carne está a transformar-se em terra viva.
Confundindo-se com a terra sem vida,
A poeira dos ossos está pronta para a perda.
Tudo está prestes à morte.

Eis a Aurora de um Novo Mundo!
Como Jesus, o Filho do Altíssimo,
Uma Vida nova eleva-se,
E também a vida em abundância!

Vitória sobre a morte!

E ninguém mais morrerá com a sua própria morte!

Jesus Ressuscitou!

O Homem não é pó,
O Homem não se tornará pó, nem cinzas,
O Homem não morrerá!


                                  PÁSCOA/2013
                                                                              (Inédito)
                                                
                                                   Teresa Ferrer Passos



Pintura de Sieger Köder

«Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus. O que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito» 

S. Paulo, Carta aos Romanos, 12, 2 



Jesus Cristo na cruz, Santuário de Fátima

PRIMAVERA PASCAL
(eu avoco, arquetipal, o 6 de Copas Arcano)


«Eu sou a videira; vós, os ramos.
Quem permanece em mim e Eu nele,
esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer
 Evangelho Segundo São João


                                                              à memória de Antônio William Fontoura Chaves


Só da Luz, quero a Luz e muita Luz,
Que ela é Pão, que ela é prémio pró dolente,
Ela é nova, ela é noiva, eu digo sus!!!
Coragem para o pobre e o doente.

Só da Luz. Só d'Amor, em farta Vinha,
O Sol agora vem, e é bem-vindo......
Ai cânticos e frol duma andorinha!!!!!!
O dia é Primavera, eu digo lindo!!!!!!

Só da Luz, minha leda, e só do Vate:
Vem d'amora, de poma, e vem de véu......
Vem comigo, a lidar o bom combate:
Eu n'asa dos teus olhos, vejo o Céu.

COOPERATORES VERITATIS
                                                        Paulo Jorge Brito e Abreu



Sepulcro de Jesus

                    MISTÉRIO PASCAL



O Uno, O Todo, O Inefável, Deus,
O sonho de todas as filosofias,
Morreu pendurado pelos braços,
E morto esteve durante três dias.

O Mundo quebrou-se em mil pedaços,
As aves do céu e os lírios do campo tremeram de medo,
E os espaços siderais tremeram de frio.

Mas ao terceiro dia, manhã cedo,
Madalena encontrou o túmulo vazio.

O túmulo vazio, o Mundo pleno,
Regurgitando de luz e de sinais,
Para tanto Amor quase pequeno.

Que procuramos mais?

PÁSCOA/2013
                                                         (Inédito)

                                        Fernando Henrique de Passos 





BOA PÁSCOA 2013!