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quinta-feira, 3 de abril de 2014

DOSSIER PÁSCOA/2014




«Ressuscitou, como disse»...

Qual lírio a ressuscitar em cada Primavera...


Lírios nos campos

«Jesus disse aos discípulos: "Cumprir-se-à tudo quanto foi escrito pelos profetas acerca do Filho do Homem(...), dar-Lhe-ão a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará".
Eles, porém nada disto entenderam. Era para eles incompreensível aquela linguagem e não entendiam o que lhes dizia»
Lc 18, 31-33

Lírio a desabrochar
«Chamou os doze e durante o caminho disse-lhes:"Vamos subir a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas que O condenarão à morte e O entregarão aos pagãos para O escarnecerem, açoitarem e crucificarem. Mas Ele ressuscitará ao terceiro dia"».
Mt 20, 17-19   
                                                      
Lírio com lágrimas de chuva
«Os príncipes dos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos e disseram-lhe: "Senhor, lembrámo-nos de que aquele impostor disse, ainda em vida: 'Ressuscitarei depois de três dias'. Ordena pois que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo: ressuscitou dos mortos. E seria a última impostura pior do que a primeira"»


Mt 27, 63-64

Lírio branco com pétalas abertas, a parecerem asas




A difícil palavra


                             «Jesus dizia-lhes: "O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que O hão-de matar, mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará"»
                                                                                                                                      Mc 9, 31

  As paredes erguiam-se nas mentes. O flagelo das palavras. A compaixão exposta entre altos muros de silêncio. E, Jesus, ali, aberto, a tocar cada um dos seus discípulos, a tentar arrancar portas e a quebrar o cerco que trava a voz humana. Abria janelas com palavras doces. Respirava o dentro abafado. Insuflava pronto, estoirava na largueza das palavras a fechadura que, para Ele, nunca tivera chave.

   E os apóstolos ensurdeciam, imersos em nuvens negras de incerto silêncio. Neles, não passavam as Suas palavras: "Ressuscitarei três dias depois". Depois, Jesus oferecia-lhes, com a voz, todos os espaços, como uma luz sem muros. E, a livre corrente da Sua consciência ensopava-se de repetidas palavras.


    A transparência, eclodia como um luzeiro perdido na noite densa a entorpecer, sem palavras. E Jesus repetia com o som das sílabas em catadupa, "Voltarei depois". Repetia. Mas, o mistério, a clarear com palavras de água, sepultava-se à beira dos ouvidos exaustos dos discípulos. Ali Jesus, com tanta verbosidade. O Verbo estava entre eles e não entendiam o que dizia.


    O discurso insustentável ficava na memória vazia. E Jesus continuava a procurar. E forjava chaves para portas de palavras, só para as abrir. Com palavras, criava as imagens nuas da Verdade. "E não entendiam o que lhes dizia"...

Páscoa/2014
Teresa Ferrer Passos



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Entre Sexta e Domingo


Conheço bem de mais a sexta-feira,
O fim da luz às três da tarde,
A sombra adunca da figueira
À espera do cobarde.

Conheço o cheiro do vinho derramado,
Misturado com fel e com suor,
E o horror do pão que foi pisado,
E o forno vazio e sem calor.

Conheço bem a hora em que as promessas
São um corpo descendo à sepultura,
A hora absurda em que regressas
Da vida que não foi senão futura.

Conheço bem de mais a sexta-feira,
Mas tanto a conheço que adivinho
Que traz em si a Vida e a Videira
Que voltará a dar-nos do Seu vinho.

                                            12/4/2014

                                   Fernando Henrique de Passos


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A Páscoa Mariana



de todo o coração, a Sua Santidade,
o Papa Francisco

Fui liança, fui a Roma
E fui aos velhos alfarrábios; 
Rosacruz, Amor me toma
No sidéreo: são os Sábios.

É Palavra, já caindo
Meigo e meigo tamarindo,
És o si, o Santo e sina
Em cidade Bizantina.

És a Mãe, Tu és Madrinha,
Mansa, mansa Ela me chama,
E Tu voas, andorinha,
Numa plaga Franciscana.

Diva é Deus, a mim oblata
A minha prece: «Maran Atha»,
Que és o rio, Tu és a ria
E um só nome: Maria.


                                          Queluz, 07/ 04/ 2014

MISERANDO ATQUE ELIGENDO



                              Paulo Jorge Brito e Abreu


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A Páscoa em cada dia de Jesus




Cada dia, no despertar das horas,
no pulsar das tardes e das manhãs,
Jesus bebia a sua Páscoa...
No acto simples de um almoço.
No bom-dia ao camponês.
No agradecer de uma ceia.
Eram dias sempre novos.
A cada instante uma semente germinava,
um botão de rosa vermelha incandescia
na folhinha protectora. 
Eram dias cheios de trigo no pão.
E também, dias com gemidos de mãe aflita
com a filhinha doente. 
As sandálias de correias largas calcorreavam
os pés e o peso das palavras a ecoar no vento
da sua memória de cruz.
Entre ervas ruins, os passos de Jesus
enterravam-se como num túmulo vazio.
Porém, dava um sorriso coberto de Páscoa
ao desamparado que tinha fome,
fome de ver porque não via.
A sua túnica dividia-a com as lágrimas dos paralíticos 
a esperarem a redenção das caminhadas.
E aí fazia nascer a Páscoa como um templo de alegria.
No olhar, Jesus transportava Páscoa, a viver intensa
entre os lírios contorcidos
em tons de lilás e de branco. 
Nesse suave tecido, nessa doçura infinita,
nessa fragrância, que nem Salomão
com toda a sua riqueza envergava,
Jesus via a humildade como a coisa mais bela
e a simplicidade sem tempo algum,
sem fim,
à beira da Verdade que não morre
e a ser a nova Páscoa como Jesus...


                                       3 de Abril de 2014

                                  Teresa Ferrer Passos

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Páscoa






Jesus todos nós somos,
Ao acordar todo dia,
Desde uma noite de sono,
Ou da grande anestesia.


Jesus é cada manhã,
Cada aurora, cada trigo,
Cada estação renovada,
Cada uma forma de vida.
   
 Jesus é vento, canção,
Cada pingo de orvalho,
Cada lágrima não contida.

 Voltar à criança, na fé,
Do símbolo que se renova
Num ovo de chocolate.

                     
                                Luiz Martins da Silva (Brasil)


Lírios brancos pelas veredas da serrania

BOA PÁSCOA!!!


E... DOCES AMÊNDOAS!




sexta-feira, 8 de março de 2013

PÁSCOA 2013




SAGRAÇÃO DO COELHINHO

Coelho, eu te consagro,
Pelo nome do Cordeiro,
O Rei dos reis, imolado,
Mas, agora, redivivo.

Tu que tens o dom
Da fecunda reprodução,
Vem, vem de novo ser bom,
No ilimitado perdão.

Vem, coelhinho da Páscoa,
De fantasia profunda,
Cestinha de ovos fecundos,
Adocicar os meus medos.

Senhor Morto, ressurreto,
Subindo aos céus pelos seus,
Enquanto na Terra são lebres
Mensagens de chocolate.

Luiz Martins da Silva (Brasil)






PROCISSÃO DO FOGARÉU (*)

Irrompem com suas tochas
E trajes de algozes
A Quarta-Feira de Trevas,
Rufando tambores.

Altivos e temerários
[Assombro de crianças],
Eles são os farricocos.
Vasculham cada ruela.

Mas de ninguém a denúncia
Do paradeiro de Cristo,
Nem o velho calçamento
De pedras por testemunha.

Mas, como? Já o prenderam?
Fácil, não houve fuga.
Já os aguardava o Cordeiro
Na túnica pura dos justos.

Luiz Martins da Silva (Brasil)

* Ocorre a cada ano na cidade de Goiás (Goiás Velho, antiga capital do Estado de Goiás), Brasil.









Pintura (a óleo s/ tela) de Albino Moura

«Deus não procura meios poderosos: foi com a cruz que venceu o mal! Não devemos crer naquilo que o Maligno nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados! Não devemos jamais habituar-nos ao mal! Com Cristo, podemos transformar-nos a nós mesmos e ao mundo.»
Papa Francisco na Homilia de Domingo de Ramos
24/3/2013



«Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz»
         Papa Francisco na Homilia do Dia de S. José   19/3/2013





O Santo Padre Francisco revela que veio para servir


 a Deus, servindo os Seus filhos, a Humanidade!



20/3/2013 
                                                                       Teresa Ferrer Passos


FRANCISCO… E O MUNDO NOVO
A CAMINHO DO VELHO VATICANO

Papa Francisco

     Chamo-me Francisco. Sou o novo Papa. O sucessor do Papa que abdicou, Bento XVI. E sucessor daquele que não desceu da missão, embora tombado, paralítico, quase sem poder falar.

     O novo Papa chama-se Francisco. Esse o nome de Francisco de Assis, esse o nome de Francisco Xavier, e também, esse o nome de Francisco de Sales. O primeiro, a negar a riqueza e a elevar-se à altura dos pobres. O segundo, a chegar aos confins do mundo, à Índia e ao Japão. O terceiro, a converter aqueles que se afastavam e a propagar a sancta simplicitas das pequeninas acções.
     Francisco. Nome inédito entre Pontífices. Nome rico de simbolismo.

     O Papa Francisco traz da América do Sul, mais precisamente da Argentina, a estatura mental do Novo Mundo. Como tal, em poucas horas, foi capaz de escrever belas páginas. Escreveu páginas de simplicidade com a fisionomia grave.

     Pela primeira vez, um Papa vem de tão distantes terras para a Cadeira de S. Pedro. Vem dessa América do Sul descoberta por portugueses e espanhóis, dessa América do Sul a quem a Companhia de Jesus (a que pertence o Papa Francisco), levou a Boa Nova divulgada pelos apóstolos do Cristo, Jesus.

     Da América do Sul parecem chegar ventos de mudança para a Cúria Romana. O tom simples com que o Papa Francisco falou ao povo cristão, com que falou urbi et orbi, após a sua eleição, revelou a sua personalidade vincada e com uma firme convicção sobre a beleza da vida humana, segundo os Evangelhos de Jesus.

     Um tom simples que se reforçou, nessa noite de 13 de Março de 2013, ao dirigir ao povo reunido na Praça de S. Pedro, um pedido, mais do que um pedido, um favor: rezem comigo o Pai Nosso e a Ave Maria (as orações que todos sabiam dizer com ele). E o povo começou, sem o suspeitar, a falar com ele.

     O Papa Francisco colocava-se do mesmo lado que o povo. Mais do que do mesmo lado, o Papa Francisco pedia ainda ao povo que rezasse por ele, antes de ele o abençoar.

     Para o Papa Francisco era preciso que o povo intercedesse, rezando, para ele poder abençoá-lo com a absoluta certeza da eficácia da sua bênção. Seria a oração do povo, o selo, o selo de que a sua bênção não seria vã, mas eficaz e plena.

     Um voo novo risca os céus de Roma. Foi o Papa Francisco que, logo ao assomar à janela do Vaticano para saudar o povo, o começou a traçar.     

14 de Março de 2013
                                                                Teresa Ferrer Passos



«Ressoe em nós intensamente o convite à conversão, "a converter-se a Deus de todo o coração" (Joel 2, 12), acolhendo a sua graça que faz de nós homens novos, e de uma novidade maravilhosa que é a participação na própria vida de Jesus.»

Papa Bento XVI, Sermão da Quarta Feira de Cinzas de 2013



Pintura (a óleo s/ tela) de Sieger Köder 

AURORA DE VIDA

Jesus está pregado no madeiro.
É o Filho do Altíssimo.

Tem o corpo envolvido de escárnio,
De desprezo, de abandono.
O sangue enrola-o como uma corda.
As dores, prostradas de sofrimento,
Silenciam-se. Vê-se o corpo com a pele esfarelada.
Há um lodo viscoso a escorrer das vísceras.
A morte explode no corpo deitado
De Jesus pregado no madeiro (em cruz).

A carne está a transformar-se em terra viva.
Confundindo-se com a terra sem vida,
A poeira dos ossos está pronta para a perda.
Tudo está prestes à morte.

Eis a Aurora de um Novo Mundo!
Como Jesus, o Filho do Altíssimo,
Uma Vida nova eleva-se,
E também a vida em abundância!

Vitória sobre a morte!

E ninguém mais morrerá com a sua própria morte!

Jesus Ressuscitou!

O Homem não é pó,
O Homem não se tornará pó, nem cinzas,
O Homem não morrerá!


                                  PÁSCOA/2013
                                                                              (Inédito)
                                                
                                                   Teresa Ferrer Passos



Pintura de Sieger Köder

«Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus. O que é bom, o que Lhe é agradável e o que é perfeito» 

S. Paulo, Carta aos Romanos, 12, 2 



Jesus Cristo na cruz, Santuário de Fátima

PRIMAVERA PASCAL
(eu avoco, arquetipal, o 6 de Copas Arcano)


«Eu sou a videira; vós, os ramos.
Quem permanece em mim e Eu nele,
esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer
 Evangelho Segundo São João


                                                              à memória de Antônio William Fontoura Chaves


Só da Luz, quero a Luz e muita Luz,
Que ela é Pão, que ela é prémio pró dolente,
Ela é nova, ela é noiva, eu digo sus!!!
Coragem para o pobre e o doente.

Só da Luz. Só d'Amor, em farta Vinha,
O Sol agora vem, e é bem-vindo......
Ai cânticos e frol duma andorinha!!!!!!
O dia é Primavera, eu digo lindo!!!!!!

Só da Luz, minha leda, e só do Vate:
Vem d'amora, de poma, e vem de véu......
Vem comigo, a lidar o bom combate:
Eu n'asa dos teus olhos, vejo o Céu.

COOPERATORES VERITATIS
                                                        Paulo Jorge Brito e Abreu



Sepulcro de Jesus

                    MISTÉRIO PASCAL



O Uno, O Todo, O Inefável, Deus,
O sonho de todas as filosofias,
Morreu pendurado pelos braços,
E morto esteve durante três dias.

O Mundo quebrou-se em mil pedaços,
As aves do céu e os lírios do campo tremeram de medo,
E os espaços siderais tremeram de frio.

Mas ao terceiro dia, manhã cedo,
Madalena encontrou o túmulo vazio.

O túmulo vazio, o Mundo pleno,
Regurgitando de luz e de sinais,
Para tanto Amor quase pequeno.

Que procuramos mais?

PÁSCOA/2013
                                                         (Inédito)

                                        Fernando Henrique de Passos 





BOA PÁSCOA 2013!