Oh Jesus, meu Bom Deus, é hoje a Tua Noite
de Natal! Mas… o que vejo? Vejo as Tuas faces pálidas pelos muitos que rejeitam
o amor dos irmãos; as Tuas faces angustiadas pelos que perseveram em não
reconhecer os seus pecados; as Tuas faces caídas de tristeza pelos que nada querem
receber dos pobres, porque são ricos. As Tuas faces desmaiadas ao veres aqueles
que recusam a companhia dos irmãos porque o orgulho não os deixa ver que estão
sozinhos.
Como deves estar magoado, oh Jesus nosso!
Na Tua Noite de Natal não vês a alegria do encontro fraterno dos que estão divididos
nas vontades. E, mesmo assim, abres os braços porque vês os que não desejam a
solidão e sentem saudade do irmão. Perdoa,
Pai, o orgulho que nos afasta uns dos outros e não deixes de ensinar-nos a humildade
como naquele Dia em que Tu, coberto de vexames, já a ficar com o corpo desfigurado,
dependurado na vileza do madeiro, sentias a alegria da companhia do bandido
arrependido, a Teu lado.
Nesta Tua Noite de Natal peço, um pouco a tactear a Tua bênção, por todos os que sofrem o desespero da doença, peço a Tua imensa piedade. E peço-Te (atrevimento meu) que cries uma grande família com o cimento do amor a esculpir a verdadeira terra da comunhão. Que sejamos, enfim, capazes de criar laços para o grande Banquete, Contigo, no reino do Pai! Não nos largues das tuas mãos até ao fim dos tempos! Que a Tua carne, esfacelada na cruz, ressuscite todos os dias no mundo, para nos salvar das pedras em que tropeçamos a cada momento.
Dezembro de 2013
Teresa Ferrer Passos