sábado, 1 de setembro de 2012

O Jogador



O JOGADOR

Caiu na miséria,
Busca o desafogo:
Joga-se a si próprio
Na mesa de jogo.

O sorriso alarve
Não disfarça o medo:
Máscara falhada,
Cofre sem segredo.

Quanto menos tem,
Mais sobe a parada.
Vemos-lhe o terror
Sob a gargalhada.

Joga-se a si mesmo,
É tudo o que tem.
Jogará ainda
Até ser ninguém.

Não tem importância:
Basta-lhe jogar,
Congelar o tempo,
A carta no ar.

E quando cair
No centro da mesa,
Pode perder tudo,
Ganha uma certeza:

Nunca, em parte alguma,
Em nenhum recanto
De nenhum casino,
Alguém jogou tanto.

29/8/2012

Fernando Henrique de Passos

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