O JOGADOR
Caiu na miséria,
Busca o desafogo:
Joga-se a si próprio
Na mesa de jogo.
O sorriso alarve
Não disfarça o medo:
Máscara falhada,
Cofre sem segredo.
Quanto menos tem,
Mais sobe a parada.
Vemos-lhe o terror
Sob a gargalhada.
Joga-se a si mesmo,
É tudo o que tem.
Jogará ainda
Até ser ninguém.
Não tem importância:
Basta-lhe jogar,
Congelar o tempo,
A carta no ar.
E quando cair
No centro da mesa,
Pode perder tudo,
Ganha uma certeza:
Nunca, em parte alguma,
Em nenhum recanto
De nenhum casino,
Alguém jogou tanto.
29/8/2012
Fernando Henrique de Passos
Fernando Henrique de Passos
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