quarta-feira, 5 de setembro de 2012

No 90º Aniversário de Adriano Moreira (6 de Setembro de 2012)


NOTAS DE POLÍTICA


A agitação do poder:
«Muita da agitação oficial e oficiosa, traduzida numa sucessão alucinante de viagens, de encontros, de comunicados, de declarações, de comentários, de promessas, de acordos, deixa apenas a impressão do completo vazio, da inutilidade consciente, do movimento sem finalidade, como se houvesse o propósito de preencher os tempos livres e entreter o eleitorado.»

A soberania:
«No mundo interdependente em que nos aconteceu viver, com uma unidade determinada por factores técnicos que a ética não acompanhou, a soberania deixou de corresponder ao conceito clássico que o direito internacional amparava, e não se perfilou em termos de ser possível uma nova conceptualização pacífica.»

As nações:
«Estas não são politicamente iguais, o fenómeno da soberania limitada alastra mais rapidamente do que o reconhecimento do facto, certas faculdades que antes não se autonomizavam na análise do poder político passaram a ser a única expressão internacional desse poder, a jurisdição interna não tem medida igual para todos os povos. O poder financeiro, o poder tecnológico, o poder cultural, o poder funcional, são mais identificadores de cada um dos Estados, do que o velho conceito de soberania.»
                      
Adriano Moreira in O Novíssimo Príncipe,  Lisboa, 1980


***
«Parece-me evidente, necessário, que haja um conceito estratégico nacional. Que esse conceito estratégico nacional deve e precisa de apoiar-se numa Europa unida, tomando consciência de que a fronteira da pobreza passou para o norte do mediterrâneo e que nós estamos abrangidos por essa fronteira, mas que também há janelas de liberdade. E essas janelas de liberdade principais são o mar, a plataforma Continental e a CPLP.»


Adriano Moreira (Entrevista à Lusa in Jornal de Negócios, 1/9/2012)

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