quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os truques do espaço-tempo em redondilha maior

Pegando no lápis traço,
No centro do nevoeiro,
O risco firme e certeiro
Por onde abrirei o espaço.

Um punhal o rasgará:
Avanço, punhal em riste…
… mas o espaço não existe
Nem há um lado-de-lá.

Talvez durma e, sem saber,
Esbraceje dentro de um sonho.
Se assim é, então suponho
Que sei o que hei-de fazer:

Espero o tempo de acordar ‒
Um forte nunca desiste!
... mas já nem o tempo existe ‒
Não vale a pena esperar.

10/5/2012


Fernando Henrique de Passos

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