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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Cosmogonia Moderna



COSMOGONIA MODERNA

No princípio há Deus e o Diabo. No princípio o Diabo lança sobre Deus a membrana do espaço-tempo para o aprisionar. No princípio Deus tenta libertar-se da membrana e irrompe através dela em múltiplos pontos, mas não a consegue furar em nenhum desses pontos.

(O Universo que conhecemos é a membrana do espaço-tempo com as múltiplas protuberâncias provocadas pelo esforço de Deus para se libertar. Algumas dessas protuberâncias, uns biliões, são os seres humanos. Os actuais, o que já existiram, e os que ainda vão existir. O Diabo procura fazer crer aos seres humanos que cada um é independente dos outros e incute-lhes desejos egoístas que acabam por os virar uns contra os outros. O que lhe convém, porque só a união de todas as protuberâncias permitiria a Deus furar a membrana que o aprisiona.)

No princípio há um rasgão numa dada zona da membrana. No princípio Deus sente-se rico. Muito mais rico do que se não houvesse aqueles biliões de seres humanos e todas as demais protuberâncias. E cada ser humano, dos muitos biliões de seres humanos, concorda que é verdade.

16/5/2014

Fernando Henrique de Passos

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os truques do espaço-tempo em redondilha maior

Pegando no lápis traço,
No centro do nevoeiro,
O risco firme e certeiro
Por onde abrirei o espaço.

Um punhal o rasgará:
Avanço, punhal em riste…
… mas o espaço não existe
Nem há um lado-de-lá.

Talvez durma e, sem saber,
Esbraceje dentro de um sonho.
Se assim é, então suponho
Que sei o que hei-de fazer:

Espero o tempo de acordar ‒
Um forte nunca desiste!
... mas já nem o tempo existe ‒
Não vale a pena esperar.

10/5/2012


Fernando Henrique de Passos