imagem de outono
começa a tingir as folhas
perturbadas de sol
perturbadas de sol
e cheias de incompletude
numa pobreza silenciosa. flutuam ao vento forte.
é outono. solta-se o poema do real
é outono. solta-se o poema do real
que só pode ser outro.
há doçura nelas e um sol mudo
há doçura nelas e um sol mudo
arde todo no seu dentro.
o estrondo do mar nos rochedos agita-as.
o estrondo do mar nos rochedos agita-as.
tombam rápidas. não sabem se o mar está dentro
dos seus gemidos de que ninguém suspeita.
escrevem poemas ou perfumes? não sei dizer.
escrevem poemas ou perfumes? não sei dizer.
só sei que nos levantam sem saber
a nós caídos a seu lado e inteiros.
e perdidas rastejantes começam a traçar no ar
uma imensa imagem de vida.
perplexos ficamos. uma vez ainda.
4 de Outubro de 2020
Teresa Ferrer Passos
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