O Corona vírus espalhou-se por toda a Terra: mata em massa populações indefesas, sobretudo os mais fracos (velhos, adultos e crianças com doenças crónicas), está em todos os lugares sem algo que o identifique ou previna; cria mundos digitais desencarnados, resultantes do confinamento artificial das pessoas; totalitariza os mass media que publicitam o vírus como uma nova realidade ("o novo normal") que absorve tudo o que lhe é estranho; inseguro o ambiente, provoca milhões de desempregados e torna galopante o número de pobres.
Por sua vez, o eco-sistema da Terra está a ser abalado pela morte indiscriminada: a poluição atmosférica tem-se espalhado por todo o mundo e atingido com a morte e com a doença milhões de seres humanos, através das emissões de monóxido de carbono e de gases de efeito estufa; a poluição atinge a sobrevivência dos eco-sistemas naturais e alarga os níveis da mortalidade humana; os mass media divulgam medidas até à exaustão, para conter o esvaziamento dos recursos naturais, mas as medidas tardam ou não são eficazes.
O ar é o perigo que ninguém pode esconder, multidões o inspiram, nas grandes cidades ou nas aldeias, nos campos ou nos mares, nos pólos ou na montanhas, não há resguardo possível para uma morte não anunciada, mas inevitável. Morte que é a todo o momento espectável, tão espectável como a provocada por um qualquer Corona vírus.
O Corona vírus da Covid 19 não será uma metáfora da degradação do ecosistema global da Terra? Quem sabe, hoje, se pode escapar (é aleatório) de uma atmosfera envenenada não se sabe onde, nem quando? E para ambos os casos - Corona vírus ou poluição atmosférica - a pergunta é legítima.
26/5/2020
Teresa Ferrer Passos
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