Centáureas em frenesim explodem nos campos |
PRIMAVERA
A realidade espreguiça-se na erva
E não quer mais ser imperatriz
E nem se importa de ser serva,
Se preciso, e também diz
Que nunca se sentiu tão verdadeira,
Que nunca se sentiu tão cortejada,
Que nunca se sentiu assim à beira
De permitir ser desvendada.
As abelhas passeiam-lhe no peito
Testemunhando o seu transporte
E o sussurrar do nome do eleito.
Já chegou Maio ao hemisfério norte!
(escrito em 2/5/2014)
Fernando Henrique de Passos (Post Facebook 20/3/2019)
*
Este 1º verso - "A realidade espreguiça-se na erva" - como me lembra o Alberto Caeiro, de um tal Fernando Pessoa... E todo o poema se movimenta nesse ritmo irónico e eufórico. As próprias "abelhas passeiam-lhe no peito". E perpassam essa primavera a riscar as sombras que a desdizem.
Teresa Ferrer Passos (Coment Facebook 22/3/2019)
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