«Cristo Nosso Redentor com cinco pães de cevada e dois peixes banqueteou quase 5000 homens, afora mulheres e meninos: e toda esta gente ficou contente e abastada, que foi cousa miraculosa [...] sem haver aí mais iguarias, sem haver casas, nem cadeiras, nem mesas, nem aparatos. O toldo rico e dourado era o céu, os dosséis de brocado eram os temperados raios do sol, as mesas lavradas e marchetadas de prata e marfim e bisagras de ouro, eram as ervas do verde campo, as alcatifas, turquesas custosas e as toalhas finas damascadas eram as boninas e flores, que a terra produzia. Tudo era simples e sem pompa, tudo sem sinal de delícias e vaidades. Que é dos manjares brancos, que ali havia? Que é das invenções curiosas, que ali se achavam? Que é das iguarias custosas? Que é das cousas doces e das conservas esquisitas? Tudo ali era singelo, tudo era alegre e bem assombrado».
Fr. Heitor PINTO, Imagem da Vida Cristã, 1563-65.
Por intermédio de Marco Daniel Duarte (Facebook)
COMENTÁRIO:
As sábias palavras de Fr. Heitor Pinto, a faltarem, cada vez mais, numa sociedade em que prepondera a ideia de que o luxo e a fama são os únicos valores pelos quais se deve lutar.
30/7/2018
Teresa Ferrer Passos
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