sexta-feira, 20 de julho de 2018

HÁ 25 ANOS (O NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO)


Há vinte e cinco anos,
Quando saí de casa ao teu encontro,
Eu não sabia que ia ao teu encontro.

Eu não sabia que as ruas percorridas
As iríamos, juntos, percorrer de novo,
Refazendo de todas o traçado,
Demolindo casarões abandonados,
Erguendo novas moradias,
Plantando jardins no meio do asfalto.

Quando saí de casa ao teu encontro,
Nada sabia dos dias que viriam,
Dos novos sóis que à noite nasceriam,
Das portas que os anjos abririam,
Dos vulcões despertos que ousariam
Sacudir os mantos de lava que os tolhiam
E transformar em sangue e água e vida
O pó, as cinzas e a lava.

Julgava viver um dia como os outros,
No dia em que saí ao teu encontro;
Julgava que o tempo seria sempre igual,
Feito de horas, minutos e segundos.

No dia em que saí ao teu encontro,
Eu não sabia que ia ao teu encontro,
E não sabia que me ia encontrar.

Mas o teu tempo era composto por compassos,
Era uma valsa ao longo de alamedas
De um labirinto largo aberto ao céu,
Um céu sem nuvens e sem presságios negros
Onde me vi espelhado nas estrelas
Quando os nossos olhos se encontraram.

20/7/2018
Fernando Henrique de Passos

1 comentário:

  1. Muito Lindo!

    Parabéns pelo vosso Amôr!
    Merecem concertêza.

    Porque Dêus É Absolutamente Justo.

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