Maria e José a caminho de Belém |
«E sentiu-se cheia de paz e com uma alegria sem fim! Sentiu-se bem-aventurada porque descobria dentro da sua intimidade todo o contentamento das árvores floridas! Esse mundo de felicidade que, afinal, a procurara e lhe mostrara como podia ser verdadeiramente fiel ao Senhor, caminho de glória, caminho de heroísmo, caminho de vida.
A partir de agora sabia que o seu corpo se tornaria um celeiro onde uma espiga de trigo novo seria guardada para oferecer ao mundo um Filho humano, todo semelhante a ela e divino porque quem o visse veria o Pai. E Jesus brotando do seu ventre seria como o trigo puro, uma dádiva sempre disponível para o amor porque nascera por vontade do Deus do Amor Absoluto, numa aliança com ela e com José....
Que alegria, em cada dia, ver esse trigo crescer na sua carne para o oferecer ao mundo! E as faces de Maria pareciam cobertas de um sorriso infinito! Através de Jesus, o Senhor poderia dar a conhecer aos homens o Seu pensamento, sem os escandalizar com uma intervenção que infringisse todas as leis naturais!»
Teresa Ferrer Passos, Anunciação (romance),
Universitária Editora, 2003, pág. 96.
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