Espanto do dia claro de manhã.
Canto da luz à superfície
Das coisas que emergem do torpor
De muitas noites sem sonhar.
Ar mais tépido do que seria de supor,
Suponho eu, se é que me lembro
(Novembro há vinte anos podia ser Agosto).
Espanto do dia, mas também do polícia
sinaleiro,
Ao ver-me passar tão bem disposto.
Canto da luz, por certo –
Mas também eu cantara no chuveiro
E sonhara contigo até raiar a madrugada,
E mais sonhara depois já de desperto,
E sonhava ainda ao pôr manteiga na torrada.
Espanto do dia claro de manhã.
Canto da luz à superfície
Das coisas que emergiam do torpor
De muitas noites sem sonhar.
Foi em Novembro –
Como não me havia de lembrar?
4/11/2013
(Poema inédito)
Fernando Henrique de Passos
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