sábado, 26 de janeiro de 2013

Só é permitida a entrada a pessoas não autorizadas



O vento que sai das frinchas do castelo
Tacteia a montanha, que se eriça.
O vento uiva, como num apelo;
Desce devagar a ponte levadiça.

Esboça-se no ar uma promessa,
Que logo o letreiro vem negar.
Desceu a ponte ‒ ninguém a atravessa;
Tudo é deserto, frio a soluçar.

O agrimensor, trágico, espera,
Consulta um alfarrábio poeirento
E pensa sem cessar. Ah, quem lhe dera
Poder dispensar o pensamento!

26/1/2013

Fernando Henrique de Passos

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