A MENINA QUE GOSTAVA DE FLORES
à Teresa, no dia dos seus anos
A menina gostava de flores
Como quem gosta do que é belo e passageiro.
Gostava das cores,
Das formas e do cheiro.
A menina gostava de capelas
Como quem gosta do que é eterno e puro.
Gostava da paz que havia nelas
E daquela luz entre o claro e o escuro.
Tudo era paz na alma da menina
Mas à sua volta havia guerra,
Que neste mundo quem reina e quem domina
É Satanás, o Imperador da Terra.
Foi má a vida para a menina boa,
Pouco abonada pela sorte.
Tudo são espinhos onde ela se magoa
Mas com a dor se faz sempre mais forte.
Surgiste-me, menina, no caminho
E és desde então a minha amada.
Magoa-te há trinta anos mais um espinho,
O da minha mente atormentada.
Mas eu bebo da tua paz antiga,
Que pouco a pouco vence qualquer mal,
E pouco a pouco, contigo, minha amiga,
O meu tormento está perto do final.
O segredo de tudo está na paz
E a raiz da paz é o amor.
Juntos venceremos Satanás,
Amada minha, menina sempre em flor…
9/8/2023
Fernando Henrique de Passos
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