«Alienado da vida monótona da casa de seus pais, demasiado frugais para com ele próprio e demasiado pródigos para com os familiares e os amigos, Taoj sonhava todos os dias com a busca da verdade, essa verdade obscura que poderia desvendar o sentido do pensamento humano, cuja «casa» talvez só fosse erguida em complexidades algorítmicas de memória.
Essa verdade recôndita absorvia o seu olhar, a fazer transparecer uma inteligência funda e perspicaz, a penetrar até as paredes espessas daquela casa de sombras e de amor amortecido pela mudez, pela indiferença ou só pelo árido ritual de uma religião feita de coisas materiais.»
Teresa Ferrer Passos, Um Cientista e uma Folha de Papel em Branco (romance), Chiado, 2015, p.16.
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