domingo, 27 de setembro de 2020

Caminhos: Dos enigmas e da verdade (3)

O COLOSSO de RODES, uma das maravilhas do mundo antigo (construído
em 305 a.C.) para celebrara vitória da ilha Rodes sobre a Macedónia
(destruído em 226 a.C. por um terramoto)


«Em contínuas interrogações, com o seu corpo todo a funcionar pela sua cabeça (numa solidariedade de corpo, tenta, a todo o custo, substitui-la na sua flagelante ausência) parece ainda, por momentos, persistir na ideia de que se fizer alguma escolha, será sempre uma escolha errada, levando-o para falsas teorias desse «colosso de Rodes» chamado memória do ser (ou do universo).

Numa ousadia que, ao longo de anos de desespero desconhece, Taoj, quase cego pela perturbante luz solar, plena de probabilidade e de delírio, decide-se carregar na tecla azul e no símbolo 7. Espera.

Quer uma resposta, ainda que breve, mesmo tão breve como uma sílaba ou uma vogal. A resposta tarda. Num décimo de segundo, Taoj julga que se está a enganar. Só pode ser algum engano.»

 Vê uma tecla amarela com a letra N; com a cor azul, surge o desenho do símbolo 9./6B. Não será uma escolha melhor? Carrega nela e depois no símbolo.

Folhas de cerejeira (parecem-lhe de cerejeira) esvoaçam, oferecendo ao ecrã uma tonalidade acentuadamente verde. Depois, numa das mais verdejantes, vê inscrito a vermelho o endereço w/L./w./finito.»

Teresa Ferrer Passos, Um Cientista e uma Folha de Papel em Branco (romance), Chiado, 2015, pp.52-53.

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